‘Crime odioso, de natureza política’, crava Lewandowski sobre assassinato de Marielle Franco

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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, falaram em coletiva sobre o caso Marielle (Reprodução/TV Justiça)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, falou na tarde deste domingo (24) sobre a operação que prendeu três suspeitos de mandar matar Marielle Franco. Ele destacou que a morte da vereadora é um crime “odioso, hediondo e de natureza política”.

Lewandowski foi enfático ao elogiar a atuação da Polícia Federal diante da complexidade e da notoriedade do caso, que é de conhecimento internacional. Ele também destacou a agilidade do ministro Alexandre de Moraes após receber o inquérito e determinar as prisões.

“Este momento é extremamente significativo. É uma vitória para o estado brasileiro, das nossas Forças de Segurança, com relação ao combate ao crime organizado”.

Ainda segundo o ministro, esta fase da operação está encerrada neste momento até que surjam novos elementos para a investigação.

“Nós temos bem claro os executores deste crime, podemos dizer odioso, por ser um crime de natureza política. A Polícia identificou os mandantes e os demais envolvidos nesta questão”.

Quem são os alvos de ação que investiga mandantes da morte de Marielle

O conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil/RJ) teriam sido autores intelectuais dos assassinatos. Já o delegado Rivaldo Barbosa assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do crime e teria prometido obstruir a investigação.

Domingos Brazão

Além de político de longa data, Domingos Inácio Brazão é empresário no ramo dos postos de combustíveis no Rio de Janeiro. Começou na política filiado ao PL, passou pelo PTdoB e MDB. Foi deputado estadual por quatro mandados, até 2015. Em seguida, tornou-se conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), cargo que ocupa atualmente. Além de deputado estadual, foi vereador pela capital fluminense e candidato a prefeito di Rio em 2000, quando teve mais de 36 mil votos.

Chiquinho Brazão

Irmão de Domingos Brazão, mais conhecido como Chiquinho Brazão, é deputado federal (União Brasil) e também é empresário do ramo de postos de combustíveis. Nas eleições de 2018, foi candidato a deputado federal pelo Avante e foi eleito com 25.817 votos. Em 2022, foi reeleito pelo União Brasil.

Rivaldo Barbosa

O delegado Rivaldo Barbosa assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes dos assassinatos de Marielle e Anderson. Ele foi nomeado ao cargo pelo então interventor federal, Walter Braga Netto. Segundo as investigações, Rivaldo teria se comprometido a obstruir as investigações.

Érika Andrade de Almeida Araújo

A esposa de Rivaldo Barbosa, ex-diretor da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Érika Andrade de Almeida Araújo, também foi alvo de ordem de busca e apreensão na operação de hoje. Ela entregou seus telefones, teve bens bloqueados, será monitorada por tornozeleira eletrônica, está proibida de falar com os outros investigados e teve que entregar o passaporte às autoridades.

Marco Antônio Barros

Comissário do Polícia Civil do Rio de Janeiro, Marco Antônio Barros teve bens bloqueados, celulares apreendidos e será monitorado por tornozeleira eletrônica, além das demais medidas cautelares também aplicadas a Érika Andrade.

Ele teria atuado em vários momentos em que a investigação foi obstruída, protegendo os principais suspeitos.

Robson Calixto Fonseca

Robson Fonseca, assessor do TCE do RJ, órgão em que o suposto mandante Domingos Brazão atuava como conselheiro, é outro investigado que teve imóveis e veículos vistoriados na manhã de hoje. Além da tornozeleira eletrônica, Fonseca deverá cumprir todas as outras cautelares impostas aos demais investigados.

Giniton Lages

A ação da Polícia Federal também mirou Giniton Lages, um dos delegados que atuaram na investigação do assassinato de Marielle. Após deixar o caso, ele chegou a escrever e publicar um livro sobre a morte da vereadora.

Giniton esteve à frente do caso na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Depois que foi trocado, escreveu o livro “Quem matou Marielle? Os bastidores do caso que abalou o Brasil e o mundo, revelados pelo delegado que comandou a investigação”.

Ao todo, 296 páginas contam alguns bastidores da investigação. Em um dos sites onde o livro é vendido, há a descrição de que as pessoas vão saber “em detalhes como foi esse trabalho de apuração do crime, acompanhando os bastidores do caso na visão de Giniton Lages, o primeiro delegado designado para a tarefa e que enfrentou diversas dificuldades para a elucidação do homicídio”.

Assim como os demais investigados que não foram presos hoje, Giniton deverá usar tornozeleira eletrônica, tece celulares e passaportes apreendidos, bens bloqueados e está proibido de se comunicar com os outros suspeitos de envolvimento no crime e na obstrução do inquérito.

João Lages[email protected]

Repórter no BHAZ desde setembro de 2023. Jornalista com 4 anos de experiência em veículos de comunicação. Fez cobertura de casos que têm relevância nacional e internacional. Com passagem pela RecordTV Minas, também foi produtor e editor de textos na Record News.

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