A Jovem Pan já demitiu pelo menos seis funcionários desde o último domingo (30) de eleições. Além de Caio Copolla e Guilherme Fiuza, baixas anunciadas na manhã de ontem, os jornalistas Augusto Nunes, Carla Cecato, Maicon Mendes e Guga Noblat também deixam a emissora.
Mendes, Noblat e Nunes comentaram sobre as demissões nas redes sociais. Já a jornalista Carla Cecato, já afastada desde o início de outubro, quando começou a participar dos vídeos da campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda não falou sobre a saída definitiva.
Augusto Nunes
Augusto Nunes foi contratado pela Jovem Pan em 2016. Posteriormente, foi para a TV. Por meio de nota oficial divulgada nessa segunda-feira (31), o veículo confirmou a saída do comentarista.
“Em comum acordo, O Grupo Jovem Pan e o jornalista Augusto Nunes entenderam por bem pôr fim à parceria de trabalho que estava vigente há mais de cinco anos, através da empresa do Augusto, sem qualquer animosidade ou juízo de valor”, diz trecho do comunicado.
Ele já estava afastado da Jovem Pan após uma decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que o impedia de dizer que o presidente eleito Lula (PT) era “ex-presidiário”. Augusto Nunes confirmou a saída no Twitter.
Guga Noblat
O jornalista Guga Noblat, que fazia oposição a Bolsonaro dentro da Jovem Pan, foi outro a ser demitido após as eleições. Segundo ele, o motivo seria a recusa de defender a empresa quando ela alegou estar sendo censurada pela Justiça eleitoral.
Ainda antes das eleições, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) puniu a Jovem Pan em três decisões, devido a declarações de comentaristas da emissora consideradas distorcidas ou ofensivas em relação a Lula. O grupo tratou o caso como censura.
“Acabo de ser comunicado que estou fora da Jovem Pan por não ter defendido a rádio na história da censura. Estava desde a semana passada afastado e agora é definitivo”, publicou Noblat no Twitter.
Carla Cecato
Carla Cecato decidiu se licenciar da Jovem Pan para participar da campanha de Bolsonaro em inserções transmitidas pela televisão e nas redes sociais. De acordo com o site Notícias da TV, ela não vai mais retornar à emissora após as eleições.
A jornalista ainda não se pronunciou sobre a demissão. Ela já chegou a anunciar que sairia da Jovem Pan, em setembro, mas acabou desistindo de se demitir.
No ano passado, Carla Cecato foi desligada da Record depois de trabalhar na emissora por 16 anos. Ela apresentava a edição de sábado do telejornal “Fala Brasil” e foi avisada da demissão por email (relembre aqui).
Maicon Mendes
Outro colaborador que faz parte do grupo de demitidos pela Jovem Pan é o jornalista Maicon Mendes, que trabalhava na empresa desde julho de 2021. De acordo com o Notícias da TV, comentaristas de extrema-direita da emissora já haviam pedido a saída do profissional.
Ele estaria sendo criticado dentro da empresa por dar ênfase a pautas “de esquerda” em reportagens. Ainda segundo o site, Maicon Mendes se recusou a dizer na redação da Jovem Pan em quem ele havia votado, neste fim de semana, em meio a uma cobrança de outros colaboradores.
O jornalista belo-horizontino se pronunciou sobre a demissão no Twitter. “Ajudei em cada detalhe de como fazer um jornalismo sério e de qualidade. Fui criterioso em todas as apurações. No meu trabalho não teve Fake News. Por isso, Incomodei. Jornalismo é isso”, escreveu.
“Os abraços e as lágrimas que derramaram por mim na redação. Isso é real. Isso é louvável. Ética: ou você tem ou você não tem. Eu tenho”, completou.
Guilherme Fiuza
O comentarista Guilherme Fiuza foi demitido pela Jovem Pan nessa segunda-feira. Assim como Augusto Nunes, ele fazia parte da equipe do programa “Os Pingos nos Is”.
Semanalmente, a atração retransmitia lives de Jair Bolsonaro, que também conversava com os comunicadores ao vivo. Um dos maiores canais do YouTube, “Os Pingos nos Is” soma mais de 5,37 milhões de inscritos na plataforma e quase 3 bilhões de visualizações nos vídeos.
Representando uma das vozes do bolsonarismo atualmente, o programa teve início na época da Operação Lava Jato, tendo como integrantes jornalistas como Reinaldo Azevedo, Vera Magalhães. Com o tempo, eles foram substituídos e o programa endureceu o tom anti-PT dos debates.
Caio Coppolla
O primeiro colaborador que aparece na lista de demitidos pela Jovem Pan é o comentarista Caio Coppolla. Desde novembro do ano passado, ele fazia participações no canal fechado Jovem Pan News.
Coppolla chegou a trabalhar no grupo até 2019. Depois, recebeu uma proposta da CNN e passou a integrar o quadro “Liberdade de Opinião”, mas foi demitido no dia 29 de outubro do ano passado após ficar um período na “geladeira”, sem participar de nenhum programa da casa.
Poucos dias depois, já estava contratado pela Jovem Pan.
