O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou, na tarde desta quinta-feira (16), a necessidade da reabertura dos empregos no Brasil mesmo durante a pandemia da Covid-19. A declaração foi feita no anúncio do oncologista Nelson Teich como novo ministro da Saúde.
Para Bolsonaro o “principal interesse é a manutenção da vida”, porém “outros problemas” não podem ser esquecidos, como o desemprego. “Junto com o vírus veio uma máquina de moer empregos. As pessoas mais humildes estão sentindo primeiro. Elas não podem ficar em casa”, disse.
Em conversa com o agora ministro da Saúde, o presidente disse ter pedido a reabertura do emprego. “Gradativamente nós temos que abir emprego no Brasil. Essa grande massa de humilde não tem como ficar presa dentro de casa e quando voltar não vai ter emprego”.
O Auxílio Emergencial concedido aos brasileiros foi lembrado por Bolsonaro, mas com a ressalva dos custos aos cofres públicos.
“Não tem como manter auxílio ou outras ações por muito tempo. Já se gastou R$ 600 bilhões e podemos chegar a R$ 1 trilhão. Sei, e repito, que a vida não tem preço, mas a economia e o emprego têm que voltar a normalidade”, afirmou.
‘Fonte de socorro’
Outro ponto citado por Bolsonaro no pronunciamento foram as medidas de isolamento tomadas por prefeitos e governadores e as consequências no futuro. O presidente destacou que “em nenhum momento” foi consultado pelos gestores.
“O governo não é fonte de socorro eterna. Em nenhum momento eu fui consultado sobre medidas adotadas por grande parte dos governadores e prefeitos. Eles sabiam o que estavam fazendo e o preço será alto. Se, por ventura, exageram, não bote esta conta nas costas do nosso sofrido povo brasileiro”, alertou mandando um recado.
‘Alinhamento’
O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, disse que não haverá uma “definição brusca” no que se refere às orientações do isolamento social e ressaltou que entre ele, Bolsonaro e o demais ministros há um “alinhamento completo”.
Mandetta
Sobre Luiz Henrique Mandetta, Bolsonaro disse que “a separação” entre eles se tornava realidade com o passar dos dias, mas ressaltou que o trabalho feito pelo ex-ministro não será perdido.
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“A questão do emprego não foi [tratada por Mandetta] da forma que eu achava. Não condeno, não recrimino. Ele fez aquilo que como médico deveria fazer. Ao longo deste tempo, a separação cada vez mais tornava realidade”, disse.