Em encontro presencial, Câmara vai discutir isolamento vertical e volta do comércio em BH

isolamento vertical comércio BH
Câmara vai discutir medida na próxima segunda (Amanda Dias/BHAZ + Bernardo Dias/CMBH)

A CMBH (Câmara Municipal de Belo Horizonte) vai debater presencialmente, na próxima segunda-feira (13), a situação do comércio na capital, fechado – com exceção dos considerados essenciais – por determinação do prefeito Alexandre Kalil (PSD) para conter o avanço do novo coronavírus. A adoção do modelo de isolamento vertical também será colocada em discussão. A medida contraria a recomendação de órgão de saúde e de especialistas, inclusive da prefeitura.

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A sessão acontece na próxima segunda-feira (13), às 10h, no plenário Amynthas de Barros e deve contar com a participação dos lojistas da cidade, sindicatos, representantes da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) e vereadores.

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A reunião será presidida pelo vereador Jair di Gregório (sem partido), que se curou recentemente após ficar internado com a Covid-19. O parlamentar defende o isolamento vertical na capital, método controverso que defende o confinamento apenas de idosos e pessoas do grupo de risco.

“Colocaremos em pauta [o isolamento vertical] e a discussão sairá lá, na hora. Eu defendo que um grupo de risco, o qual eu faço parte e fui contaminado, tem que ser preservado, como idosos e pessoas com doenças crônicas. Agora, o restante sadio, os soldados que estão com saúde têm que continuar lutando, não podemos entrar no batidão em que BH está entrando agora”, diz Jair.

A medida, amplamente defendida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), não é recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e nem pelo próprio Ministério da Saúde. Um estudo feito pela UFMG mostra que o isolamento vertical é tão pior quanto a não existência das medidas de contenção do vírus (leia mais aqui).

Dos 750 casos do novo coronavírus em Minas, 332 estão em BH. Segundo a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), das 17 mortes provocadas pela Covid-19, seis ocorreram na capital. Até o momento, são 58,9 mil casos suspeitos em todo o Estado e 107 mortes em investigação.

BH parada

No dia 20 de março, começou a valer o primeiro decreto que suspendia os alvarás de funcionamento de diversos estabelecimentos da capital e impunha algumas restrições ao funcionamento. A princípio, as medidas eram mais brandas, mas foram enrijecendo como uma tentativa de frear o contágio do novo coronavírus.

A partir da última quinta-feira (9), começaram a valer as medidas impostas pelo decreto mais recente, que determina que devem ser totalmente fechados 19 tipos de estabelecimentos não essenciais, além de proibir que se utilizem praças e espaços públicos por tempo indeterminado.

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O documento não inclui apenas estabelecimentos considerados essenciais, como supermercados, farmácias e padarias, entre outros. Bares, restaurantes e lanchonetes podem funcionar em sistema de retirada ou delivery. Fora isso, todas as lojas que não se incluam nesta categoria não podem funcionar enquanto valer o decreto.

Acesso restrito

Durante a reunião, o acesso ao Plenário será restrito, sendo exclusivo para vereadores, equipe de apoio institucional, autoridades da Administração Pública convidadas, fotógrafos e cinegrafistas. Outros convidados (limitados a 10 pessoas), indicados pelo parlamentar requerente do evento, poderão acompanhar o debate da galeria, junto aos jornalistas.

Para o público geral, o acompanhamento da reunião poderá ser feito somente pela transmissão ao vivo, disponível no Portal da Câmara. Os cidadãos poderão enviar suas dúvidas e comentários diretamente aos parlamentares, que poderão representá-los durante a conversa.

Com CMBH

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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