Preço do dólar: Como funciona e por que afeta custos no Brasil?

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Somente no ano de 2020, após a crise causada pela pandemia do coronavírus, o preço do dólar acumulou alta de 29,33% no Brasil. (FOTO ILUSTRATIVA: Reprodução/Envato Elements)

O preço do dólar no Brasil é uma preocupação constante de muitos cidadãos e do próprio governo. A razão é que a valorização da moeda norte-americana tem impacto direto em todo o país, afetando desde corporações bilionárias até o consumidor final. 

Nos últimos anos, a moeda mais importante do mundo passou por um período de alta valorização em relação ao real, o que é ruim para alguns setores da economia e ótimo para outros.

Para se ter uma ideia, apenas no ano de 2020, após a crise causada pela pandemia do coronavírus, o preço do dólar acumulou alta de 29,33% no Brasil. Em janeiro do ano passado, a moeda custava R$4,28, e na virada para 2021, passou para R$5,36.

Para entender o impacto do preço do dólar na economia brasileira, é importante entender a lógica de mercado que influencia o cenário.

Por isso, não se preocupe! Vamos te explicar em detalhes como as oscilações no preço do dólar impactam no valor de produtos básicos, as razões da alta e tudo o que você precisa saber sobre o assunto. 

O que define o preço do dólar?

Para entender como é calculado o preço do dólar, é preciso conhecer duas informações a seu respeito. A primeira delas diz respeito à taxa de câmbio, que equivale ao “preço” de uma moeda estrangeira em reais. 

Pense no seguinte caso: você está com viagem marcada para fora do Brasil e irá pagar R$ 5,36 por cada dólar adquirido. Essa é sua taxa de câmbio.

Um outro exemplo é quem realiza operações comerciais relacionadas a investimentos, exportações ou importações. Neste caso, o preço do dólar é calculado com uma taxa de câmbio diferente da primeira.

Mas em ambos, é preciso que se entenda que o dólar funciona como um produto. Em outras palavras, o que define o seu preço é o número de pessoas querendo comprar e quantos estão interessados em vender. 

Em resumo, a lei da oferta e demanda. Se muita gente está comprando, o valor sobe. Se há menos interessados que vendedores, o preço cai.

E tudo isso acontece porque desde 1999 o Brasil adota uma política chamada câmbio flutuante, onde o Governo Federal não interfere na taxa.

Aliás, o mesmo acontece com o petróleo, que como noticiado pelo BHAZ, em 2021 já teve alta de mais de 50%, por não existir regulamentação federal sobre seu preço.

Qual é o preço do dólar hoje?

Para quem deseja acompanhar em tempo real o preço do dólar na data de hoje, o ideal é acessar o site do Banco Central do Brasil (BCB). Lá, é possível ver a evolução diária da economia brasileira, e como a moeda americana se comporta nas bolsas, ao longo do dia.

Ao fazer esse acompanhamento, é possível não apenas comparar a tendência de alta ou queda do dólar como sua flutuação e conversão direta na moeda brasileira.

Preço do dólar comercial

Conforme explicamos acima, o que diferencia os tipos de preço do dólar é a natureza da sua operação de câmbio. Ou seja, para qual finalidade será utilizada. 

O dólar comercial faz referência direta às transações que possuem interesse de negociação comercial, como por exemplo, compra e venda de produtos e uso de serviços entre empresas. 

Além disso, ele também é usado como referência quando o governo realiza alguma movimentação no exterior, seja por pessoa física ou jurídica.

No caso do dólar comercial, o Banco Central exerce certo controle a fim de que as importações e exportações não sejam prejudicadas pela flutuação cambial do dólar.

Preço do dólar turismo

Por sua vez, o preço do dólar turismo é utilizado como referência para pessoas físicas que pretendem usar a moeda em viagens internacionais. 

Seja para adquirir passagens aéreas, itens em sites internacionais ou compra de produtos ou serviços, a cotação do dólar turismo possui o acréscimo do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

Além disso, custos operacionais ou de logística podem ser aplicados sobre esse preço do dólar, de acordo com o lugar onde o interessado irá adquirir a moeda. 

Por isso, a flutuação do dólar turismo é tão diferente de um estabelecimento para outro, o que faz com que seja importante comparar preços antes de comprá-lo.

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Dólar Ptax é o usado para compras com cartão de crédito

Por último, temos o preço do dólar ptax, que é uma taxa não obrigatória calculada pelo Banco Central com base na média das operações diárias dos bancos brasileiros. 

Ou seja, enquanto as empresas e pessoas compram e vendem dólar no país ao longo do dia, o Banco Central faz uma consulta quatro vezes ao dia (nos horários aproximados a 10h, 11h, 12h e 13h) e divulga, ao final da última consulta, o valor médio delas.

De modo geral, as administradoras de cartões e os bancos com sede no Brasil utilizam essa taxa de câmbio acrescida dos custos operacionais para chegar à taxa final cobrada quando alguém participa dessas negociações.

Por isso, esse é o preço do dólar cobrado quando fazemos compras em lojas internacionais pela internet.

Desde março de 2020, quando os bancos passaram a considerar o valor do dólar no dia da compra no cartão de crédito, o dólar ptax tornou-se um fator importante e que deve ser considerado.

Por que a alta do dólar?

Em janeiro de 2018, o preço do dólar era de R$ 3,20, e ele começou a ter uma alta considerável a partir de março daquele ano. Porém, seu valor disparou em janeiro de 2020, com o dólar comercial no patamar de R$ 4,06.

Naquele momento, já se falava sobre a pandemia do coronavírus, e isso serviu de argumento para uma liquidação de ativos em várias partes do mundo. 

Em outras palavras, com muita gente comprando e vendendo, as moedas emergentes, como o real, se viram desvalorizadas diante da moeda norte-americana, aumentando o preço do dólar. 

E também é preciso considerar que isso aconteceu quando o Brasil ampliou para 76,53% seu risco de endividamento, tendo o maior risco-país de sua história nos últimos 20 anos.

Em 13 de maio de 2020, o dólar teve sua maior alta, atingindo o pico de R$ 5,90 pela primeira vez na história.

Qual foi a maior alta do dólar?

Em maio de 2020, durante a pandemia, o preço do dólar teve a alta recorde de R$ 5,901. Contudo, se for considerada a correção monetária, a moeda norte-americana já chegou a custar R$ 7,640, em outubro de 2002.

Como o dólar alto afeta o Brasil?

Por se tratar da principal moeda de reserva do mundo, o preço do dólar é utilizado em negociações entre os governos de quase todos os países. Por isso, sua alta tem impacto na vida e na economia do mundo inteiro.

Pelos motivos que observamos, é possível afirmar que estamos em um momento de real fraco e desvalorizado frente ao dólar. Com isso, os insumos importados afetam diretamente o preço dos produtos.

E pelo real estar desvalorizado, as matérias primas do Brasil ficam mais baratas e são compradas em maior quantidade por outros países. Isso diminui a produção interna e aumenta o preço de produtos básicos como arroz, soja e café.

Por causa da covid-19, por exemplo, tudo que não foi vendido durante a paralisação das exportações ficou preso no mercado interno. E quando isso ocorre, os custos são repassados ao consumidor final.

Preço do dólar e o dia a dia no Brasil

No dia a dia dos brasileiros, o preço do dólar influencia até em produtos que não imaginamos. Por exemplo, o pão, que é consumido diariamente na maior parte do país, depende de trigo para ser produzido, e o trigo é importado. 

Ou seja, o preço dos produtos sobe, com a valorização do dólar em relação ao real. 

Além disso, a desvalorização do real faz com que produtores nacionais prefiram vender para estrangeiros, causando uma alta nos preços do mercado interno, como foi com o arroz, feijão e soja, em setembro de 2020. 

O BHAZ chegou a noticiar que a alta dos preços virou até piada entre os consumidores.

O combustível, seguindo a mesma lógica, teve aumento expressivo desde março de 2020, e até as contas de luz em Minas Gerais sofreram com a alta no preço do dólar, já que a moeda americana é utilizada para pagamento da compra de mais energia.

Quem ganha com a alta do dólar?

Para terminar, é importante esclarecer que os beneficiados com a alta no preço do dólar são as empresas de turismo com foco em viagens dentro do país, empresas que vendem para o mercado interno, exportadoras, e a balança comercial brasileira. 

A lógica também pode ser aplicada da seguinte forma: ganha mais quem recebe pagamentos em dólar, e perde quem tem custos relacionados à moeda norte-americana.

Para acompanhar outras informações sobre o preço do dólar, economia brasileira e mundial, continue acompanhando as notícias do Portal BHAZ.

Maira Monteiro[email protected]

Diretora-executiva do BHAZ desde junho de 2018. Jornalista graduada pela PUC Minas, acumula mais de 15 anos de experiência em redações de veículos de imprensa, como Record TV e jornal Hoje em Dia, e em agências de comunicação com atuação em marketing digital, como na BCW Brasil.

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