Pela primeira vez na elite, Cruzeiro feminino estreia hoje no Brasileirão e vislumbra valorização

Cruzeiro Feminino
Cruzeiro estreia no Campeonato Brasileiro A1 (Bianca Crispim + Igor Sales/Cruzeiro)

Pela primeira vez na elite do futebol feminino nacional, o Cruzeiro estreia hoje pelo Campeonato Brasileiro A1. Depois de garantir o acesso ao disputar a final do Brasileiro A2 contra o São Paulo, no ano passado, a primeira disputa de 2020 será contra o mesmo time, que conquistou o título.

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A estreia no Brasileirão A1 será disputada no Sesc Venda Nova, às 19h desta segunda-feira (20). Em 2019, além do acesso à elite, as Cabulosas também conquistaram o Campeonato Mineiro em cima do América no ano em que o departamento de futebol feminino do clube foi criado.


No intervalo da partida entre Cruzeiro e América pelo Campeonato Mineiro masculino (relembre aqui), no domingo (9), as jogadoras da Raposa foram apresentadas para a torcida no Mineirão. Com os nomes anunciados no telão, as jogadoras entraram no gramado e deram uma volta pelo estádio.

‘Um passo de cada vez’

O futebol feminino em Minas Gerais vem ganhando forças, mas ainda há muito a melhorar. Se comparado à modalidade paulista, que lotou a Arena Corinthians na final do campeonato estadual feminino no ano passado, o caminho a ser percorrido se mostra longo.

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Apoiadores da modalidade em Minas até tentaram levar a final do Mineiro ao Mineirão com a campanha #PalcoDeGigantes, mas a Federação Mineira de Futebol (FMF) acabou mantendo a partida no Sesc Venda Nova.

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Para a jornalista Natália Andrade, que acompanha o futebol feminino no Estado, a apresentação do time do Cruzeiro no clássico representou um grande passo em direção a uma maior visibilidade da modalidade em Minas.

“O que aconteceu ontem foi extremamente importante, não só para o Cruzeiro, mas também para servir de exemplo para outros times. O futebol feminino está crescendo com um passo de cada vez”, contou Natália, que cobre a modalidade no site Deus me Dibre, ao BHAZ

A jornalista acredita que o Atlético e o América vão seguir os passos da Raposa e dar mais visibilidade às jogadoras neste ano. Enquanto o Galo também inaugurou o departamento de futebol feminino em 2019, o Coelho já vem trabalhando a modalidade há mais tempo.

“No América, já existe mais uma cultura de acompanhar as jogadoras, agora o importante é fortalecer isso e levar aos outros times. Se a torcida diz ‘vou com meu time aonde ele for’, tem que ser aonde ele for mesmo. Elas também vestem a camisa do seu time”, completou Natália.

O Galo Feminino

Enquanto o Cruzeiro disputa a segunda divisão do Campeonato Brasileiro masculino e o Atlético joga pela Série A, no futebol feminino a história é outra. A Raposa garantiu o acesso à elite e o Galo e o América permanecem no Brasileirão A2.

Para Natália, um dos principais problemas que a equipe feminino alvinegra enfrenta é o mando de campo dos jogos. “Ano passado o Galo mandou os jogos no CT (centro de treinamento), que é fechado ao público. Ou seja, a torcida não podia acompanhar os jogos. Agora eles vão ser transferidos para o Sesc, onde vão ter mais visibilidade”, contou ela.

Na segunda rodada do Mineiro masculino, quando o Atlético enfrentou o Tumpynambás, seis jogadoras profissionais do Galo atuaram como gandulas em campo e a ação levantou mais um debate sobre a valorização do futebol feminino.

No Twitter, torcedores criticaram a atitude do clube e questionaram: se fosse o contrário, eles colocariam jogadores profissionais do Galo para atuarem como gandulas em um jogo do time feminino?

Cruzeiro x São Paulo

Primeira rodada do Campeonato Brasileiro Feminino – Série A

Data e hora: Segunda-feira, 10 de janeiro, às 19h (horário de Brasília)

Local: Estádio das Alterosas – Belo Horizonte, Minas Gerais

Transmissão: @BRFeminino, no Twitter

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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