De forma praticamente unânime, o Conselho Deliberativo do Atlético aprovou hoje (30) a venda do restante do shopping Diamond Mall detido pelo clube, a porcentagem de 49,9%. O valor corresponde a cerca de R$ 363,2 milhões (exposto no Galo Business Day). A diretoria do clube alvinegro considera a venda crucial para pagar uma parte de dívidas milionárias a curto prazo (veja detalhes).
Um dos principais investidores do Galo, o empresário Rubens Menin classificou a negociação como “um importante passo para melhorar a situação econômica do Clube”. Nas redes sociais, a torcida celebrou o resultado da votação.
O que estava em jogo
A venda do Diamond precisava de 2/3 de votos favoráveis do número total de conselheiros, correspondente a 280 pessoas. O número foi batido durante a tarde e o Galo considerou o resultado uma “decisão fundamental para o processo de saneamento das finanças do Clube, um dos pilares da atual gestão”.
Confira abaixo as duas pautas que foram aprovadas após a votação:
1. Autorização para a alienação do ativo imobiliário correspondente à participação do Clube Atlético Mineiro em 49,9% no imóvel de matrícula 61.506 registrado no 1º Ofício de Registro de Imóveis de Belo Horizonte.
2. Autorização para a alienação fiduciária das cotas do Fundo de Investimento Imobiliário – AVM FII, cotista único da Arena MRV, de propriedade do Clube Atlético Mineiro, a serem dadas em garantia de operação bancária de antecipação de recebíveis decorrentes da exploração e venda das propriedades comerciais, com destinação exclusiva de todo o resultado financeiro da construção da Arena MRV.
‘Dia importantíssimo’
Nas redes, muitos se mostraram favoráveis à venda do restante do Diamond Mall. “Que esse dinheiro seja usado com muita sabedoria”, torceu um atleticano. Porém, outros olham para o negócio com mais cautela. “Meu medo é não ter patrimônio e continuar com a dívida”, opinou um usuário. Leia alguns comentários:
Dívida e venda do Diamond
No começo deste mês, o clube promoveu a segunda edição do “Galo Business Day”, com as demonstrações financeiras da temporada de 2021, incluindo o detalhamento da dívida (relembre detalhes aqui).
A dívida “onerosa” apresentada pelo Atlético corresponde a R$ 470 milhões, 38% do valor global (R$ 1,184 bilhão). A parcela “onerosa” exige ação imediata e conta com juros, multas e correções em valores altos. Apenas em 2021, R$ 87 milhões de despesas foram gerados em decorrência desse endividamento.
A fim de resolver o problema a curto prazo, o clube considera crucial a venda de 49,9% do Diamond Mall, localizado na região centro-sul de BH. O valor da negociação seria cerca de R$ 363,2 milhões, o que ajudaria no pagamento de grande parte da dívida “onerosa” – cerca de 77% do valor exposto no “Galo Business Day”.
Além disso, o endividamento atleticano também é composto de receita antecipada, PROFUT, parcelamento de impostos e dívida não onerosa. Confira: