Um casal de Caratinga, na região do Rio Doce, testemunhou o momento da queda do avião que vitimou a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas. A câmera da residência de Rossana Bortot e do marido flagraram o instante em que eles estavam saindo de casa e se depararam com a aeronave caindo. A casa fica localizada dentro do condomínio privado onde aconteceu o acidente.
Rossana Bortot, que é dentista, contou ao Jornal Nacional que a cena lhe deixou muito abalada. No vídeo da câmera de segurança, é possível ver que o marido dela logo pegou o celular para entrar em contato com as autoridades assim que testemunhou a queda do avião.
“O vídeo mostra eu fechando a porta, e naquele momento eu já ouvi um barulho muito forte, um barulho como se fosse um helicóptero, um avião junto, e era como se estivesse batendo uma lata, bem alto mesmo”, disse a mulher. O casal estava entrando no carro para sair de casa no momento em que tudo aconteceu. Assista ao vídeo veiculado pelo Metrópoles:
Moradora recorre a remédios para dormir
A dentista contou que teve que tomar remédios para dormir nos dias seguintes. “A gente nem sabia quem era. Independente de quem fosse, qualquer pessoa, ver um avião caindo daquele jeito é muito ruim”, afirmou.
“Quando eu soube que lá estava a Marília Mendonça, uma moça jovem, no auge, que tem um filho pequeno… a sensação foi ainda pior”, relembrou Rossana. O sentimento de angústia da dentista só começou a diminuir nesse domingo (7), quando ela e o marido receberam a visita do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e da Polícia Civil.
Junto aos profissionais estava uma psicóloga, que ajudou a acalmar Rossana. “A equipe buscava descobrir se havia alguma imagem que mostrasse o acidente, mas as câmeras mostram o pátio da minha casa, não deu para ver o avião em si”, contou.
‘O que eu vi deixa trauma’
“Mas a visita foi importante, porque conversei muito com a psicóloga, ela explicou que o que eu vi deixa um trauma, que é natural estar abalada”, concluiu Rossana Bortot. A dentista recebeu orientação de não acompanhar a cobertura jornalística sobre o caso para tentar esquecer as cenas.
Isso porque ver as reportagens do acidente poderia trazer para a mulher as memórias daquele momento. “Moramos aqui há 10 anos. A minha casa é a mais alta do condomínio, daqui dá até para ver a pista do aeródromo, mas nunca tinha acontecido nada que pudesse nos alarmar”.
Segundo Rossana, essa foi a primeira vez que um acidente como aquele aconteceu nas proximidades de onde mora. “Ainda estou tentando acalmar meu coração, mas não é fácil”, concluiu.