Os incêndios que se alastram por Minas Gerais continuam dando trabalho para o Corpo de Bombeiros e preocupando moradores de diferentes regiões. A semana começou com quase mil hectares de vegetação destruídos e as chamas ainda não deram trégua: apenas entre meia-noite e 17h30 de hoje (1º), os bombeiros receberam 68 chamados relativos a incêndios florestais – tudo isso apenas na região metropolitana de BH.
Além disso, há aqueles que começaram há dias e ainda não foram controlados. É o caso do incêndio na Serra do Cipó, na região Central de Minas – o que mais mobiliza a corporação até o momento. As chamas começaram na última segunda (28) e continuam dando trabalho para os bombeiros. Hoje, as 89 pessoas – entre bombeiros, policiais, brigadistas, administradores e voluntários – e duas aeronaves mobilizadas no combate ao fogo chegaram ao local às 5h e encerraram as atividades por volta das 19h.
Trabalho difícil
De acordo com o tenente Pedro Aihara, além de ser um incêndio de grandes proporções, há ainda diversos outros fatores que dificultam a operação. “A área do parque é muito grande, existem vários focos espalhados por toda a região e, além disso, é um trabalho extremamente manual. O relevo da região é extremamente acidentado e o deslocamento é difícil, porque existem alguns obstáculos como árvores e pedras. Além disso, os militares têm que percorrer longas distâncias carregando equipamentos pesados”, explica.
As altas temperaturas também não facilitam, conforme Aihara: “É uma temperatura muito alta, a gente chega a temperaturas próximas às linhas de fogo que ultrapassam 70ºC, 75ºC e isso, evidentemente, desgasta bastante o militar”. Ao fim dos trabalhos, a corporação garantiu que os militares conseguiram um avanço significativo ao longo do dia, mas ainda não há previsão para o término da operação.
Gruta Rei do Mato
Outro incêndio que mobiliza o Corpo de Bombeiros desde o início da semana é na Unidade de Conservação Monumental Natural Gruta Rei do Mato, também na região Central. O fogo começou na última segunda (28) e, em pouco mais de dez horas, já havia destruído 100 hectares de vegetação. Nesta quinta, sete bombeiros, 20 brigadistas e um voluntário se dedicaram a pagar diversos focos onde houve reignição.
Com a ajuda de empresas locais, que apoiaram a operação enviando caminhões-pipa, as equipes conseguiram controlar boa parte das chamas. Os focos restantes estão em uma região de paredões, classificada pela corporação como uma área de “acesso extremamente difícil”. Por isso, os trabalhos agora são de monitoramento. Estima-se que as chamas já tenham destruído 270 hectares.
Ituiutaba
Além desses, outro incêndio de grandes proporções preocupou os bombeiros nesta quinta. Logo no início do dia, eles foram acionados para combater as chamas que se alastravam perto de uma unidade de captação de água que abastece a cidade de Ituiutaba, na região do Triângulo Mineiro. As equipes tiveram dificuldades no combate devido ao clima quente, baixa umidade do ar e fortes ventos, que, por muitas vezes, causavam a reignição em locais que o incêndio já havia sido controlado.
Os trabalhos perduraram por 12 horas até que as chamas fossem completamente extintas. Uma área estimada de 30 hectares foi devastada.