O advogado Thiago Fonseca, suspeito de ser mandante da morte do advogado Juliano César Gomes, assassinado em junho deste ano em uma fazenda em Minas Gerais (relembre aqui), foi preso na tarde dessa terça-feira (3). O suspeito, de 33 anos, estava foragido desde a morte da vítima e foi localizado em via pública na região de Venda Nova, em Belo Horizonte.
De acordo com as investigações da PCMG (Polícia Civil de Minas Gerais), Juliano, de 37 anos, foi atraído pelo suspeito para um encontro. No local marcado, em Funilândia, na região Central do estado, a vítima teria sido abordada por dois homens, que o mataram.
A motivação do homicídio, ainda segundo a Polícia Civil, teria relação com um processo judicial em que o advogado suspeito, Thiago Fonseca, seria réu, e a vítima, Juliano César Gomes, seria testemunha de acusação. Esse processo tramita em segredo de Justiça.
Contratados para matar
No dia 8 de julho, a PCMG já havia prendido os dois homens que teriam sido contratados pelo suspeito para matar a vítima. A dupla também é apontada como responsável pela ocultação do corpo do advogado, localizado na fazenda. Quando foram presos, os dois admitiram o crime e apontaram o advogado de 33 anos como mandante do homicídio. A polícia acredita que o pagamento para a execução do crime tenha ocorrido em troca de drogas.
A PCMG identificou os suspeitos após apurar, por meio de câmeras de monitoramento de trânsito, que o carro da vítima e um outro veículo passaram juntos pelo portal da cidade de Sete Lagoas, também na região Central de Minas.
A partir dessa informação, o serviço de inteligência da Polícia Civil descobriu a trama planejada pelos suspeitos, que ainda tentaram simular um crime de latrocínio. A chefe do DHPP (Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa), delegada-geral Letícia Gamboge, ressaltou o empenho dos policiais para a localização do suspeito, assim como o apoio da imprensa na divulgação da imagem do foragido.
“A equipe da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida empreendeu uma série de diligências nesses meses todos com vistas a localizar esse foragido da Justiça. Inclusive, a imagem dele foi amplamente divulgada por veículos de comunicação”, diz a delegada, que ainda acrescenta: “Essa publicização [pela imprensa] é de suma importância para que nós tenhamos êxito na localização e prisão de foragidos”, declarou a advogada nesta quarta-feira (4).
Os trabalhos foram iniciados pela Divisão Especializada de Referência da Pessoa Desaparecida, que integra o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, após registro de desaparecimento feito por familiares da vítima, em maio deste ano. As investigações sobre o homicídio foram coordenadas pela Delegacia de Homicídios em Sete Lagoas, no âmbito do 19º Departamento de Polícia Civil.
