Após chuvas em Minas, Kalil cobra ação de Bolsonaro e dispara: ‘Faça um Pix de R$ 1 bilhão ao Zema’

Kalil cobra Bolsonaro
Prefeito da capital mineira falou sobre a aliança política entre Bolsonaro e Zema (Reprodução/@alexandrekaliloficial/Instagram)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), cobrou ajuda financeira do presidente Jair Bolsonaro (PL) para ajudar os afetados pelas chuvas que atingem Minas Gerais nos últimos dias. O líder municipal mencionou a aliança política entre o chefe do Executivo e Romeu Zema (Novo) e solicitou que Bolsonaro faça um “Pix” de R$ 1 bilhão ao governador.

“Não queremos helicóptero, não queremos ministro. Queremos que ele [Bolsonaro] passe para o amigo dele um Pix. Faça um Pix para o Zema de R$ 1 bi e vai resolver o problema, se tiver capacidade de resolver”, alfinetou Kalil ao apresentador do Canal UOL Diego Sarza e aos colunistas do UOL Tales Faria e Juliana Arreguy.

Questionado sobre a importância de Bolsonaro comparecer fisicamente aos locais afetados na Bahia, onde as chuvas também vêm causando desastres, Kalil disparou: “A presença é muito a questão da pessoa, do coração da pessoa. Eu já passei isso na pele. Fui pessoalmente e é realmente um alento quando você vê um homem público, de bota, com a calça suja de lama vendo o que tá acontecendo”, disse ele.

Em seguida, Kalil disse que uma ajuda financeira partindo do chefe do Executivo seria mais vantajosa para o estado e todas as vítimas em situação de vulnerabilidade. “Porque entre ele vir ‘cá’ visitar e mandar o dinheiro para Minas Gerais, eu continuo preferindo o cheque, o Pix”, acrescentou.

‘Queremos TED, cheque’

Segundo o prefeito, Bolsonaro poderia ter continuado seu recesso de fim de ano, contanto que mandasse reforço aos estados afetados pelas chuvas. “O mais importante é a ajuda. Eu posso ligar e falar ‘governador, estou ocupado, estou de férias, doente, fazendo o que eu quiser, mas estou mandando ajuda, depois passo aí’. O que não pode é ‘não mando ajuda e nem passo aí'”, disse ele.

“O governador é um grande amigo do presidente da República, talvez o melhor amigo político do presidente da República a nível de governadores. O que eu espero é que ele reconheça a grande amizade fraterna entre eles e, aproveitando dessa amizade, ajudar o povo que tá precisando”, disse Kalil, alegando que a prefeitura quer “TED e cheque”.

Mais adiante, o prefeito da capital mineira sugeriu que Bolsonaro deveria estar “acampado” em Brasília devido à suposta “grande amizade” com o governador Zema.

Desentendimentos com Zema

Mais além, questionado sobre as desavenças entre ele e Romeu Zema, Alexandre Kalil disse que o fator não atrapalha a performance dos municípios no combate aos riscos geológicos das chuvas.

“Belo Horizonte tá fora do mapa de Minas Gerais há praticamente quatro anos. Nunca foi dado nada, absolutamente nada. Então Belo Horizonte, graças a Deus, vive hoje a situação de uma cidade-estado. Nunca veio uma ajuda, nunca”, disparou Kalil. Na sequência o prefeito apontou que “vinha alertando sobre as chuvas” há três meses.

“Eu tô é a favor do governador, eu tô cobrando do governo federal. Não sou amigo dele [Zema], não sou amigo do presidente da República, que nunca me recebeu. Não preciso de ir lá também, não tem que me dar nada. Agora, eu tô ‘irmanado’ com o governador de ir lá e falar assim: ‘ó, você é meu amigo'”, argumentou.

Por fim e após Kalil cobrar Bolsonaro, ele questionou “o que o presidente está esperando” para oferecer ajuda, uma vez que as tempestades já causaram desastres em centenas de municípios mineiros. Já são mais de 370 cidades em situação de emergência no estado e 24 mortos devido às consequências das chuvas.

Edição: Giovanna Fávero
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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