Depois de uma longa negociação, o bilionário Elon Musk comprou o Twitter e já faz várias mudanças nos bastidores. Entre demissões da cúpula e novas atualizações, usuários da rede social experimentam uma nova forma de expressar seus pensamentos online: por meio do Mastodon.
É possível que você nunca tenha ouvido falar neste nome. No entanto, a rede social desenvolvida por uma organização sem fins lucrativos tem sido uma alternativa aos críticos da venda do Twitter. O Mastodon é gratuito e tem uma vantagem em relação ao novo negócio de Musk: por ser independente, (ainda) não enche a timeline de anúncios publicitários.
“Você sabe melhor o que deseja ver em sua timeline. Sem algoritmos ou anúncios para desperdiçar seu tempo. Siga qualquer pessoa em qualquer servidor Mastodon a partir de uma única conta e receba suas postagens em ordem cronológica, tornando seu canto da internet um pouco mais parecido com você”, diz o site oficial.
Como o Mastodon funciona?
Assim como o Twitter, a rede social também permite filtrar publicações e reportar conteúdo indesejado. Além disso, é possível trancar a conta para que somente usuários autorizados leiam suas publicações.
Uma grande diferença é que o Mastodon funciona como uma rede de servidores em que todos os usuários se comunicam. Segundo a cientista de dados Danielle Navarro, é basicamente um network que chamamos de “fediverso”.
O Mastodon é descentralizado. Assim, uma das premissas é preservar os dados do usuário, desejo que vem crescendo em um cenário no qual a publicidade está presente na maioria das redes sociais.
Ao contrário do Twitter, não há um site central do Mastodon: o usuário se inscreve em um provedor que hospedará sua conta, como ocorre no Outlook ou Gmail. Assim, ele pode interagir com quem usa diferentes provedores – qualquer um pode “se tornar” um provedor!
Mais caracteres e novidades à vista
O Mastodon mantém dois servidores públicos: o mastodon.social e o mastodon.online. Existem mais de 2 mil servidores operados por pessoas e organizações independentes, mas a rede social fornece esses dois como opção reserva para aqueles que não sabem em qual outro servidor se inscrever.
O usuário pode fazer posts de até 500 caracteres, mais que o Twitter, que atualmente permite 280. Posts na nova rede social são chamados de “toots” e, no Mastodon, o equivalente ao retweet é o “boosting” – ou impulso.
Navarro ressalta que o usuário pode “impulsonar” o toot de outra pessoa e postar o seu próprio, mas não pode compartilhar a postagem de outra pessoa com seus próprios seguidores adicionando um comentário.
O Mastodon anunciou que o número de pessoas que migraram para a rede no final de outubro superou 230 mil. Agora, são cerca de 655 mil usuários ativos.
Mastodon, uma alternativa ao Twitter
Segundo o criador, sua equipe trabalhou desde 2016 para oferecer uma alternativa viável ao Twitter quando surgiram rumores de que um bilionário compraria a rede social.
“No futuro, plajenamos adicionar mensagens criptografadas de ponta a ponta e uma funcionalidade de grupos empolgante em nosso software”, adianta Eugen Rochko. O Mastodon já está disponível para iOS e Android.