O humorista Fabio Porchat voltou a falar sobre o episódio envolvendo o colega Léo Lins, que teve um vídeo suspenso do Youtube por piadas de teor racista e com ataques a outras minorias. Porchat, que havia saído em defesa de Lins, agora fez um novo posicionamento. Em vídeo divulgado na noite dessa sexta-feira (26), ele afirma que “muita gente ficou ofendida, e com razão”.
“Eu tenho pensado bastante nos últimos dias depois das minhas postagens lá no Twitter, li muita coisa, recebi muita mensagem, conversei com muita gente legal e eu entendi totalmente as reações”, diz o humorista no início do vídeo. Ele continua, afirmando que sua posição “nunca foi defender o humor racista” e que sempre tentou promover um “humor que não causasse dor”.
“Sempre disse e eu continuo dizendo que a comédia que agride, que humilha, que bate em grupos minoritários é péssima, é velha, é desnecessária, ela atrasa o avanço social”, reforça.
‘Não tive cuidado’
Na publicação, Porchat afirma ainda que quem tem uma vez que chega em muita gente “tem que ter o cuidado de escolher bem as palavras”. “E eu não tive esse cuidado. Por isso achei importante agora deixar claro o que eu penso, porque eu não deixei antes”, continua o humorista.
Sem citar o nome de Léo Lins em nenhum momento, Porchat continua o vídeo fazendo uma avaliação sobre o que significa a liberdade de expressão, que, segundo ele, foi o que tentou defender a todo momento: “A liberdade de expressão não tira de você a responsabilidade do que você diz, isso é muito importante”.
Relembre o caso
Em longo texto opinativo no Twitter, o criador do “Porta dos Fundos” saiu em defesa de Léo Lins e pediu para que os internautas não entrem “nessa conversa com a emoção”, mas sim com a “razão”.
O post inicial veio após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinar que o humorista Léo Lins apagasse um especial de comédia de seu canal por causa de piadas contra minorias. A decisão foi proferida há pouco mais de dez dias.
Segundo a juíza Gina Fonseca Correa, o vídeo de nome “Perturbador” estaria “reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”. O vídeo tinha piadas sobre escravidão, perseguição religiosa e contra outras minorias. A decisão atendeu a um pedido de Ministério Público de São Paulo.