Mulher flagrada com homem em situação de rua fala pela 1ª vez: ‘Não escolhi ter um surto’

esposa personal trainer
Esposa de personal trainer diz que ficou ‘dilacerada’ com o que lhe ocorreu (Reprodução/@sandramarafernandesoficial/Instagram)

Sandra Mara Fernandes, mulher que foi flagrada em um momento íntimo com um homem em situação de rua, quebrou o silêncio nesta quarta-feira (27). Por meio de postagem nas redes sociais, ela recordou a polêmica e agradeceu pelo apoio de pessoas queridas que a ajudaram a se reerguer ao longo da repercussão do caso.

Em seu perfil no Instagram, que já reúne 134 mil seguidores, Sandra se apresentou como mãe e esposa. Referindo-se ao envolvimento com Givaldo Alves, se mostrou abalada e defendeu que estava fora de si. “Eu me sinto profundamente dilacerada pelo ocorrido. Hoje eu tenho ciência de tudo o que foi dito enquanto eu estava internada e sendo cuidada por médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e outros profissionais”, explicou.

“Eu sempre soube que vivemos numa sociedade desigual, mas eu NÃO escolhi ter um SURTO, eu NÃO escolhi ter sido HUMILHADA, eu NÃO escolhi ter minha vida EXPOSTA e DEVASTADA!”, reforçou a jovem. Sandra ainda agradece ao esposo, por tudo que fez por ela, enfatizando que o companheiro sabia que ela jamais teria se permitido passar pela situação caso estivesse sã.

Destacando que foi vítima de humilhações em rede nacional, a mulher afirma que foi taxada como “qualquer uma”, uma “mulher com fetiches” e uma “traidora”. O que a surpreendeu foram os ataques que partiram de outras mulheres, que condenaram o ocorrido e entenderam que ela merecia sofrer. Ainda assim, recebeu muito apoio.

“Agradeço também ao meu pai, minha madrasta , meus irmãos e amigos , que me acolheram e ajudaram o Eduardo e a Anna Laura . Sou profundamente grata aos profissionais que me ajudaram a compreender o que estava acontecendo quando eu já NÃO TINHA domínio da minha própria vida”.

Contexto ‘nojento e sórdido’

Sandra declara que busca seus direitos na Justiça, pois “nunca faltou com respeito com ninguém e não merecia ter sido tratada como qualquer uma”. De acordo com a mulher, ela foi usada como objeto de prazer durante “delírios e alucinações”, pois confundiram a mente dela e a colocaram em um contexto “nojento e sórdido”.

“Sigo BATALHANDO, um dia de cada vez para retomar a minha existência e vou conseguir porque DEUS é maior e infinitamente bom!”, finalizou. Por meio dos stories, pediu paciência aos seguidores e disse que ainda está se adaptando. Ela afirmou que lutará pelo direito das mulheres, ainda que algumas não a tenham defendido.

“Eu jamais poderia deixar de agradecer cada mensagem, cada pessoa que me ajudou. Foram muitas, graças a Deus. É nessas horas que a gente vê quem tá do nosso lado. Eu agradeço cada pessoa, sei que essa ferida que existe em mim vai se curar aos poucos”, publicou, emocionada.

O personal trainer Eduardo Alves, esposo de Sandra, usou as próprias redes sociais para pedir apoio na publicação dela. “Minha esposa voltou com o insta, vou tá deixando aí no próxim story a postagem que ela acabou de fazer. Quero ver o pessoal dando aquele apoio, aquela força, conforme foi comigo. Beleza?”, disse nos stories do Instagram.

Relembre o caso

Uma confusão envolvendo um personal trainer, a esposa dele e um homem em situação de rua movimentou o país em março deste ano. Câmeras de segurança registraram o exato momento em que Eduardo Alves flagra a esposa, Sandra, em um momento íntimo com Givaldo Alves dentro de um carro branco.

O personal trainer informou à Polícia Civil que a esposa estava em surto e havia sido estuprada. No hospital, ela teria dito a um amigo que havia recebido uma “mensagem de Deus” para ajudar o homem em situação de rua. A própria mulher teria afirmado aos policiais que tinha interesse em ajudar pessoas vulneráveis por meio da igreja.

Givaldo Alves, por sua vez, alega que as imagens que circulam na web não são dele. Ele afirma que tudo ocorreu em um carro vermelho, não branco como mostram as gravações virais. À época, disse que esperava conseguir “sarar as dores” que ainda restam após os ataques que recebeu com a repercussão do caso.

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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