Após denúncia por atendimento ‘de joelhos’, Outback liga para cliente e extingue prática

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Advogada se revoltou após ser atendida de joelhos por um funcionário do Outback e gravou vídeo relatando a experiência (Reprodução/@anabeatrizisaias/TikTok)

Após a advogada Ana Beatriz Isaias compartilhar revolta ao ser atendida por funcionários de joelhos no Outback, a rede entrou em contato com ela e reviu a orientação sobre a prática. A rede de restaurantes anunciou que abolirá a recomendação de que os funcionários se ajoelhem na hora de servir clientes

Nesse fim de semana, Ana Beatriz publicou um vídeo no qual denunciou a prática em uma unidade da rede alimentícia em São Luís, no Maranhão. Na ocasião, a mulher compartilhou que, em uma ida ao restaurante, sentiu-se incomodada com a situação, que considerou um ato de subserviência.

O vídeo foi repostado no Twitter, e lá, o Outuback disse que abaixar-se ou sentar-se à mesa “sempre foi opcional”, uma recomendação.

Já nessa terça-feira (21), a advogada postou um novo vídeo em que comemora uma resposta que recebeu do Outback. Na mensagem, a empresa afirma que conversou com a cliente pelo telefone e agradece pela oportunidade de esclarecer a situação.

Além de mostrar a mensagem, a advogada pontua que, apesar de a empresa não ter a prática como obrigatória, os funcionários provavelmente se sentem induzidos a reproduzir o ato para mostrar um bom trabalho e evitar represálias.

“Na ligação, eles [Outback] disseram que, na verdade, isso é uma opção aos funcionários. Só que, pessoal, vamos ser sinceros: quando uma pessoa sugere algo que, mesmo opcional, a pessoa, por obviedade, pra fazer um trabalho melhor, ou pra não correr o risco de ser demitida, ela vai fazer”, afirma.

@anabeatrizisaias Respondendo a @pedro.cruzjr ♬ som original – Ana Beatriz | Advogada

‘Opcional, será?’

“A mulher vem me atender e do nada ela abaixa. Depois vem outro me atender e a pessoa ajoelha de novo. Nessa hora eu não me aguentei e perguntei: ‘moça, mas por que você tá de joelho?’. Ela disse que é uma tradição no Outback. Minha irmã perguntou: ‘moça, mas essa tradição não dói seu joelho?’ e ela respondeu ‘pra ca*****’”, contou Ana Beatriz no vídeo de denúncia, nesse sábado (18).

No novo post, feito ontem, ela avalia que não se pode dar margem a esse tipo de conduta, “seja num estabelecimento aberto ou fechado, pois isso enseja governos autoritários”, finaliza, agradecendo e demonstrando respeito, mais uma vez, aos funcionários da rede.

Nos comentários do post, algumas pessoas elogiam a conduta dela. Muitos internautas repudiam a prática e, assim como a advogada, avaliam que não seguir a norma de ajoelhar-se pode ser visto com maus olhos pelo empregador.

“Fizeram isso comigo e eu perguntei por que ela tava ajoelhada e ela disse que ELA gostava pela coluna, achei bem estranho! Desconfortante”, comentou uma mulher. “Trabalhei lá por 4 anos e é verdade!”, revelou uma segunda pessoa. “Opcional será? Nunca será opcional porque na hora de mandar embora vai aquele que não faz o opcional pedido pela empresa”, critica um terceiro usuário.

O que disse o Outback?

Por meio do Twitter, o Outback prestou alguns esclarecimentos sobre a prática de os funcionários se ajoelharem na hora de servir. Segundo a empresa, “nunca houve procedimento em que nossos colaboradores devessem ficar de joelhos durante o atendimento”.

A rede de restaurantes esclarece que existe uma recomendação para que os funcionários estabeleçam contato visual com os clientes, mas que “abaixar-se ou sentar-se à mesa sempre foi opcional”. Por fim, o Outback disse ter reorientado os restaurantes a abolirem essa prática.

“Para que não haja dúvidas sobre a seriedade do compromisso que temos com nossos colaboradores e clientes, reorientamos os restaurantes para que essa prática que é opcional seja extinta e reforçamos também que os restaurantes estão em conformidade com as normas de segurança do trabalho e ocupacional, em um ambiente seguro e sem risco às nossas pessoas”, concluiu.

Posicionamento do Outback nas redes sociais (Reprodução/Twitter)
Edição: Giovanna Fávero
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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