Abalada, Walkyria Santos não consegue ir ao enterro do filho e desabafa: ‘Essa dor não passa’

Walkyria e Lucas
Em nova homenagem ao filho, a cantora diz que se compromete a lutar contra a maldade que existe nas redes sociais (reprodução/@walkyriasantosoficial/Instagram)

A cantora Walkyria Santos voltou a usar as redes sociais para falar sobre a morte de seu filho, Lucas Santos, de 16 anos. O adolescente foi encontrado morto em casa, em Natal, no Rio Grande do Norte, nessa terça-feira (3). Após o enterro do filho na manhã de hoje (4), a artista de 43 anos fez uma live para agradecer o apoio dos fãs e amigos nesse momento delicado.

“Essa dor não passa. tenho muita saudade dele. Mas tenho mais dois filhos para cuidar e vigiar”, disse. “Estou desolada demais. Muito obrigada às mensagens, até de pessoas que não me conheciam, de mães, dos meus fãs queridos. Obrigada. Fiquem bem e vigiem”, acrescentou a cantora.

Em entrevista à revista Quem, Vittor Melo, noivo de Walkyria, disse que ela não conseguiu comparecer ao sepultamento de Lucas, realizado em Natal. Segundo ele, a cantora está muito abatida e, por isso, não conseguiu se despedir do filho.

“Ela não teve forças para ir ao enterro. Os irmãos [Bruno, de 20 anos, e Maria Flor, de 10] ainda estão digerindo tudo o que está acontecendo”, disse. Na tarde de hoje, Walkyria compartilhou diversas fotos ao lado de Lucas e diz que se compromete a lutar contra a maldade que existe nas redes sociais.

“Estarei aqui levantando essa bandeira, e com todas as minhas forças juntos iremos acabar com essa ‘internet doente’. Te amo para todo o sempre”, escreveu.

Vítima de ataques homofóbicos

Ainda ontem, Walkyria publicou um vídeo no Instagram explicando os motivos que levaram o filho a tirar a própria vida. Segundo ela, Lucas ficou bastante abalado depois de receber comentários homofóbicos em um de seus vídeos do TikTok. No post, ele aparece ao lado de um amigo e os dois simulam que vão se beijar, como forma de brincadeira.

“Hoje é dia 3 de agosto de 2021, eu perdi meu filho. Uma dor que só quem sente vai entender”, começa. “Ele postou um vídeo no TikTok, uma brincadeira de adolescente com os amigos, achando que as pessoas iriam achar engraçado, mas as pessoas não acharam engraçado. Como sempre, as pessoas destilando ódio na internet”, disse, muito emocionada.

A artista diz, ainda, que Lucas já havia demonstrado abalo psicológico que o levou a procurar ajuda profissional. “Ele já tinha mostrado sinais, já tinha levado ele a psicólogo, já tinha conversado várias vezes com ele, mas foi só isso, foi só uns comentários na internet nesse TikTok nojento que fez com ele chegasse a esse ponto”, afirma (veja aqui).

Rede de apoio

Também pelas redes sociais, diversos artistas se manifestaram em solidariedade à Walkyria e pediram um “basta” ao bullying e ao ódio gratuito da internet. “Vocês imaginam a dor de perder um filho pela irresponsabilidade/maldade de alguém?”, escreveu Juliette Freire, campeã do BBB21, que também chamou as críticas sofridas pelo adolescente de “desumanas”.

A cantora MC Rebecca também publicou uma mensagem de força para a cantora. “Até quando vamos ter que perder vidas por conta da parte tóxica da Internet? Parem! Estamos perdendo vidas importantes”, escreveu em seu Twitter.

Já Gretchen, amiga de Walkyria, compartilhou o vídeo publicado pela cantora e também publicou um vídeo afirmando que comentários maldosos “não são apenas uma brincadeira”. “O que se posta afeta a vida das pessoas. As palavras têm poder para o bem e para o mal”, escreveu (veja aqui).

Prevenção

Se você atravessa uma fase difícil, tomada por desânimo e, inclusive, esta notícia despertou sentimentos desagradáveis, procure ajuda. Uma das possibilidades é por meio de ligações para o CVV (Centro de Valorização da Vida), que auxilia na prevenção do suicídio, pelo telefone 188.

Ligações para o CVV (Centro de Valorização da Vida) são gratuitas em todo o país. Por meio do telefone 188, pessoas que sofrem de ansiedade, depressão ou que correm risco de cometer suicídio conversam com voluntários da instituição e são aconselhados. A assistência também é prestada pessoalmente, por e-mail ou chat.

Além do CVV, também existem no Brasil os Caps (Centros de Atenção Psicossocial). Trata-se de um serviço aberto constituído por uma equipe multiprofissional, que atua interdisciplinarmente no atendimento a pessoas com sofrimento ou transtorno mental.

Especialistas em saúde mental reforçam a necessidade de busca por ajuda em momentos difíceis, já que todos nós estamos sujeitos a enfrentar questões que nos atordoam e causam sofrimento. Por isso, a mensagem é: você não está sozinho(a).

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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