Alberto Cintra tem nova sexta movimentada, mas sem excessos evidentes

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À esquerda, trecho da Alberto Cintra na última sexta; à direita, o mesmo ponto hoje (Vitor Fórneas/BHAZ)

Os bares da Alberto Cintra, conhecido ponto boêmio de Belo Horizonte, voltaram a ficar cheios na noite desta sexta-feira (11), uma semana após a reabertura desse tipo de comércio, na capital mineira, com venda de bebida alcoólica. Se, no fim de semana passado, bares e clientes ignoraram as normas – o que resultou até em interdição de um estabelecimento -, hoje os cuidados obrigatórios contra a pandemia estavam mais evidentes.

“Entendo que está havendo evolução. Na semana passada, por exemplo, as pessoas compravam bebidas na área externa e hoje não percebemos isso. Os comerciantes colocaram placas por iniciativa própria para ver se os frequentadores que insistem em não respeitar os protocolos possam respeitar. Vejo evolução”, afirmou ao BHAZ o diretor de fiscalização da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), Leonardo de Freitas.

“Acredito que na sexta-feira passada estava mais cheio por ser o primeiro final de semana de reabertura. As pessoas estavam ansiosas e vejo também os estabelecimentos hoje estão com mais equipes que fazem a orientação dos clientes”, complementou Freitas, que ainda avalia que muitos excessos são cometidos pelos clientes, desrespeitando os cuidados dos estabelecimentos.

Alberto Cintra agora! Tradicional ponto boêmio de BH, que foi alvo de uma interdição na última semana, recebe público…

Posted by BHAZ on Friday, September 11, 2020

“Os clientes precisam ajudar, mas infelizmente tem uma parte da clientela que acaba prejudicando o comerciante e não usam máscaras nós corredores, para dar um exemplo. É uma luta incansável com quem insiste em desrespeitar”, disse.

‘Mais calmo’ x ‘arriscado’

Entre clientes e moradores da região, opiniões distintas. O motoboy Alessandro Henrique, por exemplo, afirmou que a região estava mais mais calma, com distanciamento mínimo respeitado. “Do jeito que hoje está eu sinto mais tranquilo em vir e aproveitar com os amigos. Vejo que o distanciamento está acontecendo e está mais calma também. Na sexta estava muito cheio”, opinou.

Já a estudante Karol Fernandes avaliou que a rua ainda estava muito cheia. “Ainda é arriscado vir para Alberto Cintra e outros lugares com muitas pessoas. O povo tem que ter muita cabeça e pensar muito [antes de ir para bares]. O coronavírus não está 100% normalizado. É melhor evitar aglomeração, pode até dar uma saída de casa, mas rapidamente”, disse.

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Fiscalização da Guarda na Alberto Cintra (Vitor Fórneas/BHAZ)

“Vejo que falta consciência nas pessoas, pois muitas dizem por aí que não têm medo de pegar a doença. Mas podem pegar aqui mesmo. Todo mundo fica sem máscara nas mesas e querendo ou não esta distância [entre as mesas] ainda é pouco para falar que não vai ter contaminação”, complementou.

‘Já sabia’

Hoje, mais cedo, a PBH anunciou uma nova leva de flexibilização na cidade: aulas coletivas em academia, como crossfit; comércios aos sábados e novas reaberturas de parques no dia 19 (relembre aqui). Questionada, a administração municipal revelou que já esperava que excessos fossem registrados na Alberto Cintra.

“Na Alberto Cintra, na verdade, a gente já sabia. Tem alguns lugares que sabíamos que ia dar problema, tanto que a Guarda [Municipal] foi até lá”, afirmou o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis. “Mas a gente ficou bastante orgulhoso, acho que a forma como a população se comportou foi bastante ordeira”, complementou. “O que fugiu da curva foram as exceções. A gente não pode punir a cidade porque em alguns lugares houve exceções, então nós vamos manter a fiscalização desses lugares”, finalizou.

Normas

Bares e restaurantes podem comercializar bebida alcoólica entre 17h e 22h às sexta-feiras e das 11h às 22h durante sábado e domingo. Veja as regras para esse segmento:

Capacidade, disposição de mesas e distanciamento

  • Impedir a entrada de pessoas sem máscara ou que não estejam utilizando a máscara de forma adequada;
  • Exercer controle sobre a capacidade do estabelecimento e filas. Não internalizar a espera de clientes;
  • Espera externa e filas de pagamento devem assegurar distanciamento de 2m (dois metros) entre as pessoas, com as devidas marcações;
  • Priorizar a disposição dos clientes em área externa do estabelecimento e/ou em locais com maior ventilação;
  • Distanciamento mínimo de 2m (dois metros) entre as mesas e 1m (um metro) entre ocupantes na mesma mesa;
  • Máximo de quatro pessoas por mesa;
  • Em salões ou espaços com mesas e cadeiras fixas, marcar e isolar mesas e cadeiras que não devem ser ocupadas, em observância ao distanciamento mínimo estabelecido;
  • Vedado o consumo fora de mesas na parte interna e externa do estabelecimento;
  • Permitido o consumo em balcões, desde que o local seja higienizado sempre que necessário, os clientes estejam sentados, os bancos sejam; fixos e haja um espaçamento de pelo menos 1m (um metro) entre eles.
  • Adotar, sempre que possível, atendimento mediante reservas pelos clientes.

Serviço:

  • Eliminar o cardápio físico, podendo ser utilizadas soluções digitais, cartazes, painéis ou descartáveis. Caso não seja possível, poderá ser utilizado o modelo plastificado que deve ser higienizado após cada uso;
  • Eliminar comandas em cartões e materiais plásticos;
  • Eliminar compras de fichas físicas;
  • Vedada a disposição de alimentos para degustação;
  • Refeições, lanches, tira-gosto, devem ser entregues montados aos clientes;
  • Para a modalidade à la carte a refeição deve chegar coberta à mesa do cliente;
  • Vedado o modelo de self-service. Admite-se serviço com buffet com isolamento dos alimentos em relação aos consumidores e montagem do prato por profissional do estabelecimento devidamente paramentado, visando diminuir a manipulação de pegadores e outros utensílios por diversas pessoas, observada a distância de segurança;
  • Os alimentos no buffet devem ser totalmente protegidos por meio de protetores salivares e balcões expositores com fechamento frontal e lateral;
  • Oferecer talheres higienizados em embalagens individuais de papel (ou talheres descartáveis), além de manter os pratos, copos e demais utensílios protegidos;
  • Na fila, fazer marcações no chão com a distância de 2m (dois metros) entre as pessoas;
  • Galheteiros, saleiros, açucareiros e outros dispensadores temperos, molhos e afins ficam proibidos, sendo obrigatório prover sachês de uso individual;
  • Os estabelecimentos deverão oferecer guardanapos de papel e copos descartáveis aos clientes ou limpeza dos utensílios conforme normas sanitárias;
  • Orientar os consumidores a fazer o pagamento preferencialmente com cartões ou por tecnologia de aproximação, evitando a manipulação de notas e moedas. No caso de pagamento com notas e moedas, o estabelecimento deverá disponibilizar funcionário específico para receber os pagamentos;
  • Cobrir a máquina de pagamento com filme plástico, para facilitar a higienização após o uso.
Edição: Thiago Ricci
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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