O prefeito em exercício, Álvaro Damião (União Brasil), acredita que não há chances de descaracterização do Carnaval de Belo Horizonte com a proposta de trazer um megashow a cada dia da folia em 2026. A declaração foi feita na manhã desta terça-feira (11), quando o político foi questionado sobre as críticas de blocos e artistas locais sobre a iniciativa.
“Não tem nada a ver com parar o que fizemos até hoje para fazer a partir de agora com grandes artistas. É fazer o Carnaval do jeito que a gente sabe fazer. Do jeito que BH sempre soube fazer. Nosso Carnaval já está registrado. Nós podemos acrescentar durante os anos algumas atrações nacionais ou internacionais. É apenas isso”, esclareceu o político.
Veja também
O prefeito em exercício afirmou que, neste ano, o município aumentou os repasses para os blocos de rua e prometeu que o financiamento vai ser ainda maior para 2026. Segundo ele, não haverá destinação de recursos públicos para os grandes artistas. Como exemplo, ele citou a apresentação de Alok, que foi viabilizada por patrocinadores do DJ.
“Para o próximo, vamos sentar com essas pessoas, ver o que é melhor e se a gente vai realmente fazer assim. Uma outra sugestão é que esses grandes artistas possam dividir trio com os locais para valorizar os artistas que são daqui”, avaliou o político.
“Para o Carnaval de Salvador você precisa comprar um abadá e ir para um camarote para assistir. O Carnaval de BH não tem abadá. Ele é desses blocos que fizeram o Carnaval chegar onde chegou”, completou o prefeito em exercício.
Ao propor o aumento das apresentações nacionais na folia de BH, Damião se inspirou no show do DJ Alok, que arrastou mais de 500 mil pessoas para avenida Afonso Pena, na tarde de terça-feira de Carnaval. Além das críticas de representantes do blocos de rua, a secretária-adjunta de Comunicação do Governo de Minas, Bárbara Botega, articuladora do Carnaval no estado, viu a iniciativa com ressalvas.