Comidas típicas de Minas Gerais: As receitas de quem é referência em pratos que são pura mineirice

frango com quiabo e feijão tropeiro
Frango com quiabo e feijão tropeiro estão entre as comidas típicas de Minas Gerais! Veja a lista abaixo. (Reprodução/Dona Lucinha + @restaurante_paladino/Instagram)

Comidas típicas de Minas Gerais, hm… Só de pensar já dá água na boca! Os pratos que traduzem a herança culinária mineira nos lembram a simplicidade e o aconchego dos almoços na casa da vó e seguem sendo referência quando o assunto é nosso estado.

Pão de queijo, frango com quiabo, feijão tropeiro, vaca atolada e goiabada cascão. Essas comidas e doces típicos de Minas Gerais guardam um jeitinho específico que são a cara do nosso território, seja nos ingredientes ou no modo de preparo.

Segundo o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), o estado mineiro tem pratos característicos derivados de insumos como milho, mandioca, cana-de-açúcar, leite, frutas, hortaliças e proteínas.

A cozinha mineira, para o instituto, também vem de modos de vidas tradicionais, como os sistemas agrícolas dos povos indígenas, vazanteiros, quilombolas, geraizeiros, apanhadores de flores sempre–vivas, dentro outros. Além isso, ela se torna ainda mais característica conforme cada região do estado.

Listamos abaixo algumas das comidas típicas de Minas Gerais, com receitas de cozinheiros referência em BH e sugestões de lugares para comer na capital.

Qual é a comida típica de Minas Gerais

Pão de queijo

Impossível se perguntar qual é a comida típica de Minas Gerais e não pensar no pão de queijo. Essa simples bolinha de massa assada com sabor de queijo conquista corações não só no estado mineiro, mas também Brasil afora e internacionalmente.

O pão de queijo acompanhado de um café quentinho tem seu lugar no café da manhã, no lanche da tarde ou em uma confraternização. A iguaria nasceu no século XVIII, durante o período do Ciclo de Ouro em Minas Gerais. O queijo era misturado às massas de farinha e se servia como lanche.

Tempos depois, a escassez de recheios fez com que as quitandeiras começassem a dividir essa massa em pequenas bolinhas. O pão de queijo se popularizou graças à mineira dona Arthêmia Chaves Carneiro, que foi pioneira na comercialização da iguaria no Brasil com a marca Casa do Pão de Queijo, em 1967.

Onde comer pão de queijo em BH

  • A Pão de Queijaria: Mercado Novo | Rua Rio Grande do Sul, 481 – Centro (2° andar)
  • Braga Pão de Queijo: Esplanada do Mineirão | Avenida Antônio Abrahão Caram, 1001 – São José
  • Pão de Queijo da Roça: Rua dos Guajajaras, 739 – 2 – Centro
  • Café Nice: Av. Afonso Pena, 727 – Centro
  • Comercial Sabiá: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744 R14 156 – Centro
Pão de queijo tradicional da Pão de Queijaria (Divulgação/A Pão de Queijaria)

Comidas e doces típicos de Minas Gerais

Galinha ao molho pardo

Uma das comidas típicas de Minas Gerais é a galinha ao molho pardo, prato português que se incorporou à culinária brasileira a partir do século XVI. Também chamado de “galinha de cabidela”, a comida também ganhou o toque das especiairias africanas.

O prato é um frango ensopado com o sangue do prórpio animal misturado com vinagre para não coagular. A galinha ao molho pardo ganhou destaque no livro “O Menino do Espelho”, de Fernando Sabino, com um capítulo chamado “Galinha ao Molho Pardo”.

Onde comer frango ao molho pardo em BH

  • Restaurante Rei do Pé de Porco: Rua Menotti Muccelli, 170 – Santa Maria
  • Restaurante Jorge Americano: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744 – 150 – Centro
  • Restaurante Maria das Tranças: Rua Estoril, 938 – São Francisco
  • Xico da Kafua: Avenida Itaú, 1195 – João Pinheiro
  • Caipira Xique Restaurante: Rua Francisco Bretas Bhering, 324 – Jardim Atlântico
Galinha ao molho pardo é comida típica de Minas Gerais (Reprodução/@mariadastrancasrestaurante/Instagram)

Bambá de couve

Outra comida típica de Minas Gerais é o bamba de couve, também conhecido como mingau de fubá com couve. O prato nasceu do período da escravidão no Brasil, em que os escravos precisavam se alimentar de comidas “fortes” para conseguirem trabalhar.

Com isso, nas senzalas misturava-se o mingau de fubá que sobrava nas casas grandes com pedaços rasgados de couve e carne de porco. Hoje, o bambá pode ser ideal para se aquecer no período de frio, além de ser uma comida simples de preparar e bastante saborosa.

Onde comer bambá de couve em Minas Gerais

  • O Garimpeiro: Pousada do Garimpo | Avenida da Saudade, 265 – Centro, Diamantina
  • Bené da Flauta: Rua São Francisco de Assis, 32 – Centro, Ouro Preto
  • Restaurante Pau de Angu: Estrada Vitoriano Veloso Zona Rural, Tiradentes
Bambá de couve do Garimpeiro é servido com ingredientes separados (Reprodução/O Garimpeiro)

Frango com Quiabo

O franguinho ensopado com quiabo é uma das comidas típicas mais unânimes de Minas Gerais (entre aqueles que comem carne, é claro). É quase impossível não ter provado esse prato tão saboroso e mais cara de casa de vó no domingo impossível.

Isso porque as gerações passadas de famílias menos afortunadas tinham o costume de comer frango somente aos domingos. Com o passar do tempo e com a melhoria do acesso à alimentação por parte da população brasileira, o prato tornou-se mais popular na mesa, principalmente na mineira.

A origem do frango com quiabo em Minas Gerais vem do século XIX, período em que se tinha dificuldade de trazer outros alimentos da Bahia e do Rio de Janeiro. A colônia portuguesa introduziu o modo de preparo do frango, que foi misturado ao quiabo, fruto africano trazido pelos escravos.

Onde comer frango com quiabo em BH

  • Restaurante Jorge Americano: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744 – 150 – Centro
  • Dona Lucinha: Rua Padre Odorico, 38 – Savassi
  • Imperium Bar e Restaurante: Mercado Distrital do Cruzeiro | Rua Ouro Fino, 452, loja 09 – Cruzeiro
  • Quintal do Marçal: Rua Quimberlita, 68 – Santa Tereza
  • Xapuri: Rua Mandacaru, 260 – Trevo
Frango com quiabo é uma das comidas típicas de Minas Gerais mais famosas (Reprodução/Dona Lucinha)

Angu

Um ótimo acompanhante para o prato anterior, o angu é típico em Minas Gerais no modo consistente. Ele pode ser servido com couve, quiabo e diversos tipos de carne cozida. O angu como conhecemos hoje teve influência da culinária africana, portuguesa e italiana.

No nosso estado, o angu é feito sem sal e cozido até ficar mais consistente, diferente do modo à baiana, que é mais molinho no estilo mingau.

Onde comer angu em BH

  • Rustic Pizzaria (tem angu no fogão à lenha no cardápio): Rua Serra Negra 446, Santo André
  • Restaurante Maria das Tranças: Rua Estoril, 938 – São Francisco
  • Bar e Restaurante Tatu de Chuteira: Avenida Manoel Sales Barbosa, 475 – Barreiro de Cima
  • Fubá Cultura do Milho: Mercado Novo (corredores B e C) | Rua Rio Grande do Sul, 499 – Centro
  • Dona Lucinha: Rua Padre Odorico, 38 – Savassi
Ponto do angu mineiro é mais durinho (Reprodução/@mariadastrancasrestaurante/Instagram)

Feijão tropeiro

Ah, o feijão tropeiro, outra comida típica de Minas Gerais que é quase impossível não gostar. Servido com arroz, torresmo, ovo frito e couve, o alimento pode ser protagonista em almoços especiais e ser facilmente encontrado em barraquinhas e feiras.

Durante o ciclo da mineiração em Minas Gerais, no século XVIII, os viajantes, chamados Tropeiros, se alimentavam ao longo do caminho com a mistura que levava feijão, farinha de mandioca, torresmo, ovo, cebola e temperos. Daí a origem do prato e do nome que o batiza.

Onde comer feijão tropeiro em BH

  • Paladino: Avenida Gildo Mascedo Lacerda, 300 – Braúnas
  • Tropeirão da Tia Sônia: Explanada do Mineirão | Avenida Antônio Abrahão Caram, 1001 – São José
  • Tropeiro do 13: Avenida General Olímpio Mourão Filho, 190, loja 01 – Planalto
  • Mineiro Tropeiro: Rua Chapecó, 403 – Prado
  • Casa Cheia: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744, Loja 167 – Centro
Tropeiro da Casa Cheia é famoso em BH (Reprodução/@casacheiarestaurante/Instagram)

Frango com ora–pro–nobis

Com um festival anual em Sabará para chamar de seu, desde 1997, a ora–pro–nobis é uma planta comestível que pode ser preparada pura ou com frango, formando um prato típico mineiro. Histórias contam que o nome da planta é uma expressão em latim vinda do catolicismo, que significa “rogai por nós”.

A planta era bastante comum nos quintais das avós das regiões interioranas mineiras. Por sua propriedade medicinal e comestível, o ora–pro–nóbis começou a ser misturado no frango para “dar sustância”, e hoje é uma das comidas típicas de Minas Gerais mais procuradas.

Onde comer frango com ora–pro–nóbis em BH

  • Macarrão do Cabral (tem frango com ora-pro-nóbis e angu no cardápio): Rua Tocantins, 20 – Serrano
  • Frango da VoVó: Rua Vitório Marçola, 689 – Anchieta
  • Caipira Xique Restaurante: Rua Francisco Bretas Bhering, 324 – Jardim Atlântico
  • Restaurante Jotapê: Rua José Vaz Pedrosa, 367 – Pompeu, Sabará
  • Quintal do Ouro Espaço Gourmet: Rua do Carmo, 66 – Sabará
Galinha com ora-pro-nóbis do Restaurante Jotapê (Reprodução/@restaurantejotape/Instagram)

Vaca atolada

A vaca atolada é um prato que começou a ser preparado pelos boiadeiros mineiros, que levavam em viagens carne mergulhada na gordura para serem misturadas nas mandiocas colhidas. O nome do prato veio dos momentos em que o gado ficava atolado durante os períodos de chuva.

Os principais ingredientes dessa comida típica de Minas Gerais são a costela de boi e a mandioca. Embora tenha ganhado adaptações em outros estados brasileiros, a vaca atolada mineira é a considerada mais tradicional – e convenhamos, a mais saborosa – de todas.

Onde comer vaca atolada em BH

  • Casa Cheia Restaurante: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744, Loja 167 – Centro
  • Verdinho: Avenida Cônsul Antônio Cadar, 122 – São Bento
  • Silvio’s Bar: Rua Begônia, 199 – Esplanada
  • Mulão: Marambaia, 291 – Caiçara
  • Gela Guela Cabral: Alameda dos Colibrís, 37 – Cabral, Contagem
Vaca atolada é uma das comidas típicas de Minas Gerais (Reprodução/@casacheiarestaurante/Instagram)

Tutu de feijão

O tutu de feijão é mais uma versão da união desse ingrediente com a farinha. O prato surgiu na época da colonização portuguesa, em que as cozinheiras adicionavam farinha ao feijão para engrossá-lo e economizar na produção das refeições.

O termo “tutu” vem do idioma quimbundo, falado na Angola, e deriva da palavra “quitutu”, que significa “ogro” ou “papão”. Os negros escravizados em Minas Gerais são responsáveis pela criação da receita dessa comida que hoje é típica.

Onde comer tutu de feijão em BH

  • Dona Lucinha: Rua Padre Odorico, 38 – Savassi
  • Xico da Kafua: Avenida Itaú, 1195 – João Pinheiro
  • Xapuri: Rua Mandacarú, 260, Loja 1 – Trevo
  • Restaurante Tia Zarica: Rua Pouso Alegre, 919 – Floresta
  • Feijão: Edifício Maletta | Rua da Bahia, 1148 – Centro
Tutu de feijão no Xico do Kafua vai acompanhado de arroz, lombo e ovos cozidos (Reprodução/@xicodakafua/Instagram)

Doce de abóbora

Iguaria típica mineira, o doce de abóbora tem sua origem no continente americano com as civilizações que habitaram as Américas antes das colonizações. No Brasil, esse doce é símbolo gastronômico de estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Abóbora, cal virgem para uso culinário, açúcar, água, cravo-da-índia e canela em pau são os ingredientes necessários para fazer essa comída típica de Minas Gerais. O doce pode acompanhar coco ralado ou cravo e canela e ainda ser guardado em compotas para conserva e presentes.

Onde comprar doce de abóbora em BH

  • Armazém Central: Rua Romualdo Lopes Cançado, 290 – Castelo | Mercado Central:  Av. Augusto de Lima, 744, loja 90 ou Corredor Santa Catarina, loja 107 | Rua Paraiba, 1497 – Savassi
  • Doces de Minas: loja on-line (acesse aqui)
  • Rei do Canudinho: Rua Pedro Lessa, 759 – Santo André
  • Mundo Diet: Avenida Carandai, 139 – Santa Efigênia
  • Tripocel Alimentos: Mercado Central | Rua dos Goitacazes, 647, loja 81 – Centro
Doce de abóbora da loja Doces de Minas (Reprodução/Doces de Minas)

Doce de leite

Uma outra sobremesa que é típica de Minas Gerais é o doce de leite, cuja origem é disputada com nossos hermanos argentinos. Ele é uma das iguarias mais versáteis do cardápio mineiro, podendo ser comido com queijo, em recheios de bolos, biscoitos, churros e outros alimentos.

O doce de leite começou a fazer parte da nossa culinária a partir do século XVIII e popularizou-se pelo Brasil durante o século XIX. A receita é fruto de um erro: o leite fervido com açúcar acabou sendo esquecido no fogo, e transformou-se no creme que conhecemos hoje.

Onde comprar doce de leite em BH

  • Doces de Minas: loja on-line (acesse aqui)
  • Tupiguá: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744, loja 49 – Centro
  • ABC em Casa: Avenida Olegário Maciel, 562 – Centro
  • Fábrica de Doces Padre Eustáquio: Rua Padre Eustáquio, 2607 – Padre Eustáquio
  • Papa de Anjo: Rua Mariano Procópio, 936 – João Pinheiro
Doce de leite, doce típico de Minas Gerais, pode ser comido com queijo e goiabada (Reprodução/ABC em Casa)

Goiabada cascão

Goiabada cascão com queijo é uma das combinações mais tipicamente mineiras. O doce teve origem nas senzalas do sul de MG. As cascas e sementes jogadas fora pelos senhores de escravos eram utilizadas por eles para fazer a goiabada.

Como a fruta já tinha açúcar, os escravizados misturavam os restos com água e cozinhavam, dando consistência ao doce. As cascas não eram totalmente cozidas, e alguns pedaços ficavam no meio. Dessa junção de ingredientes veio o nome goiabada cascão.

Onde comprar goiabada cascão em BH

  • ABC em Casa: Avenida Olegário Maciel, 562 – Centro
  • Fábrica de Doces Padre Eustáquio: Rua Padre Eustáquio, 2607 – Padre Eustáquio
  • Nossa Quitanda Produtos Caseiros: Avenida Cristóvão Colombo, 358, Savassi
  • Arrecada pra cá Empório: Rua Fernandes Tourinho, 296 – Funcionários
  • Tupiguá: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744, loja 49 – Centro
Goiabada Cascão Zélia é uma das vendidas no Arreda pra cá Empório (Reprodução/@arredapracaemporio/Instagram)

Pé de moleque

A história do pé de moleque é um dos contos populares mais divertidos da cultura mineira. Conta-se que as antigas cozinheiras deixavam o doce esfriando nas janelas e as crianças passavam correndo para roubar. Nisso, as doceiras gritavam “ao invés de roubar, pede, moleque!”.

O doce típico de Minas Gerais é feito da mistura da rapadura, iguaria que passou a ser bastante produzida no Brasil durante o período colonial, com o amendoim. O pé de moleque também é um alimento muito consumido em festas juninas.

Onde comprar pé de moleque em BH

  • Armazém Central: Rua Romualdo Lopes Cançado, 290 – Castelo | Mercado Central:  Av. Augusto de Lima, 744, loja 90 ou Corredor Santa Catarina, loja 107 | Rua Paraiba, 1497 – Savassi
  • ABC em Casa: Avenida Olegário Maciel, 562 – Centro
  • Fábrica de Doces Padre Eustáquio: Rua Padre Eustáquio, 2607 – Padre Eustáquio
  • Nossa Quitanda Produtos Caseiros: Avenida Cristóvão Colombo, 358, Savassi
  • Casa do Pé de Moleque: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744 – Centro
Pé de moleque é doce típico de Minas Gerais (Reprodução/@docespadreeustaquio/Instagram)

Fígado com jiló

A história do fígado com jiló tem origem no Mercado Central de BH e se popularizou nos bares da capital mineira, tornando-se um prato típico local. Diversos turistas são atraídos até o mercado com o objetivo de experimentar o famoso fígado com jiló acebolado do Bar da Lora.

Mas não é só no Mercado Central que o fígado com jiló vira protagonista. Com a popularização do prato em Belo Horizonte, diversos botecos da capital mineira têm a opção no cardápio para servir de tira–gosto com uma cervejinha gelada.

Onde comer fígado com jiló em BH

  • Bar da Lora: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744, Loja 115 – Centro
  • Bar Fortaleza: Mercado Central | Rua Curitiba, 1136 – Centro
  • Rei do Torresmo: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744, Loja 166 – Centro
  • Bar do Careca: Rua Simão Tamm, 395 – Cachoeirinha
  • Bença Bençoi: Rua Diamantina, 492 – Lagoinha
Porção de fígado com jiló pode ser considerada patrimônio gastronômico de BH (Bença Bençoi/Victor Schwaner)

Torresmo de rolo

O torresmo de rolo é uma das variadas formas de se consumir o toucinho, e configura-se como um dos petiscos mais amados pelos mineiros. A panceta do porco em forma de “rolinho” é assada e depois frita para ficar pururuca.

Trazido de Portugal para o Brasil, o torresmo é uma comida que foi bastante incorporada à culinária típica mineira. O alimento ganhou diversos modos de preparo, complementa pratos e se tornou um petisco essencial em muitos bares.

Onde comer torresmo de rolo em BH

  • Barbazul: Avenida Getúlio Vargas, 216 – Funcionários
  • Bitaca Capetinga: Francisco Deslandes, 104 – Anchieta
  • Xico da Kafua: Avenida Itaú, 1195 – João Pinheiro
  • Rei da Estufa: Mercado Novo | Avenida Olegário Maciel, 742, Loja 2123 – Centro
Torresmo de rolo do Barbazul (Reprodução/@barbazulbh/Instagram)

Queijo Minas

Tendo seu modo de fazer considerado Patrimônio Imaterial Brasileiro, o queijo Minas pode ser considerado a comida mais típica do estado mineiro. A produção desse alimento em MG começou no período colonial como uma tradição trazida pelos colonizadores, nos anos 1700.

O modo de fazer o Queijo Minas varia em pequenos aspectos de fazenda para fazenda. O processo consiste na ordenha das vacas, coalho do leite, adição de fermento natural, coagulação e corte da massa, mexedura, dessoragem, enformação e prensagem manual, salga e maturação.

Desde 2002, a forma de se produzir queijo em Serro, uma das regiões matrizes da produção de queijo Minas, tem o título de Patrimônio Imaterial de Minas, declarado pelo Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais).

Onde comprar Queijo Minas em BH

  • Nossa Quitanda Produtos Caseiros: Avenida Cristóvão Colombo, 358, Savassi
  • Arrecada pra cá Empório: Rua Fernandes Tourinho, 296 – Funcionários
  • Empório Central do Queijo: Mercado Central | Rua Santa Catarina, loja 176 – Centro
  • De Minas às Gerais: Rua Halley, 777, loja 12 – Santa Lúcia
  • Fazendinha da Jeh: Rua Wanderson Conrado Matos, 59 – Belo Vale, Santa Luzia
Modo de fazer Queijo Minas do Serro é patrimônio imaterial de Minas Gerais e do Brasil (Reprodução/Roça Capital)

Canjiquinha

Outra comida típica de Minas Gerais é a canjiquinha, que também pode ser conhecida como “quirera de milho”. O prato tem origem no século XVIII e pode ser considerado uma variação do xerém, alimento preparado pelos luso–brasileiros.

A canjiquinha consiste em milho triturado até o ponto de não passar por uma peneira. Ela é cozida com carne de porco e pode ser acompanhada de couve.

Onde comer canjiquinha em BH

  • Casa Cheia Restaurante: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744, Loja 167 – Centro
  • Ponto do Caldo: Rua Francisco Bicalho, 1925 – Padre Eustáquio
  • Dona Lucinha Praça da Liberdade: Rua dos Inconfidentes, 1165 – Funcionários
  • Dona Lucinha: Rua Padre Odorico, 38 – Savassi
  • Bar da Cida: Rua Numa Nogueira, 287 – Floramar
Canjiquinha do Bar da Cida (Reprodução/@bardacida/Instagram)

Galinhada

A galinhada é uma comida típica de Minas Gerais criada pelos bandeirantes dos séculos XVI e XVII. O prato se difundiu pelo estado mineiro, por São Paulo e por Goiás devido às explorações dos interiores do Brasil feita pelos bandeirantes.

A iguaria é feita com arroz e frango cozido em pedaços. O açafrão dá o tom amarelo à galinhada, e ela pode ser consumida acompanhada de vinagrete ou tutu de feijão.

Onde comer galinhada em BH

  • Barbazul: Avenida Getúlio Vargas, 216 – Funcionários
  • Rei da Estufa: Mercado Novo | Avenida Olegário Maciel, 742, Loja 2123 – Centro
  • Maria das Tranças: Rua Estoril, 938 – São Francisco
  • Birosca S2: Rua Silvianópolis, 483 – Santa Tereza
  • Paladino: Avenida Gildo Mascedo Lacerda, 300 – Braúnas
Galinhada, comida típica de Minas Gerais, pode ser encontrada no Rei da Estufa (Reprodução/@reidaestufa/Instagram)

Doce de mamão verde

Feito por mãos negras no período colonial, o doce de mamão verde é uma variação dos doces feitos com melado e fruta nos grandes tachos de fervura. A iguaria era considerada alimento de escravos, porém, era também vista nas mesas das casas grandes.

Em Minas Gerais, o doce de mamão verde é típico na região do Serro e em Diamantina.

Doce de mamão verde onde comprar em BH

  • ABC em Casa: Avenida Olegário Maciel, 562 – Centro
  • Fábrica de Doces Padre Eustáquio: Rua Padre Eustáquio, 2607 – Padre Eustáquio
  • Papa de Anjo: Rua Mariano Procópio, 936 – João Pinheiro
  • Tupiguá: Mercado Central | Avenida Augusto de Lima, 744, loja 49 – Centro
  • Empório dos Vales: Avenida Oiapoque, 202 – Centro
Doce de mamão pode ser feito em formato de raspas ou pastoso (Reprodução/@MC06_Janaina/Twitter)

Como preparar comida típica do estado de Minas Gerais

Agora que você já conhece as principais comidas típicas de Minas Gerais, nada melhor do que aprender a fazer algumas delas. O Guia BHAZ conversou com os donos de restaurantes referência em culinária mineira em BH para pegar as melhores dicas. Confira abaixo!

Receita de fígado com jiló

Para contar o segredo da receita de fígado com jiló, ninguém menos do que Eliza Fonseca, a própria “loura, do Bar da Lora, no Mercado Central de BH. O prato é especialidade do local, além de ser quase que um patrimônio dos bares da capital mineira.

“O fígado tem que ser escuro, não pode ser aquele manteiga. Tem que tirar toda a pele dele, não pode ter nenhum nervo e tem que temperar com tempero seco”, conta Lora sobre o segredo por trás do prato. Vamos à receita:

Ingredientes:

  • Fígado de boi (quantidade a gosto)
  • Tempero de alho e sal
  • Jiló higienizado e cortado em fatias finas (para cada 100g de fígado, colocar 20g de jiló)
  • Cebola cortada em fatias finas ((para cada 100g de fígado, colocar 20g de cebola)

Modo de preparo:

Pegue o fígado, limpe, corte em tiras e tempere com alho e sal. Em seguida, jogue na chapa bem quente ou em outro recipiente que desejar fazer. Lora indica que o prato seja feito em uma panela de ferro caso não tenha chapa, para evitar dar água.

Adicione a cebola, o jiló e uma colher de óleo. Vá mexendo tudo sem deixar passar do ponto, para que o fígado não fique “borrachudo”. Coloque mais um pouco de tempero para salgar o jiló, mexa bem e está pronto para servir.

A porção no Bar da Lora costuma ser servida com tomates cereja e alface. O tempo de cozimento na chapa varia de 3 a 5 minutos. Na panela ou na frigideira, o tempo aumenta até chegar no ponto desejado.

Fígado com jiló ensinado por Eliza Fonseca, dona do famoso estabelecimento (Divulgação/Bar da Lora)

Receita de pão de queijo

Pensou em pão de queijo em BH, pensou na Pão de Queijaria, rede especializada em variações da iguaria e que já conta com três unidades na capital mineira. O estabelecimento compartilhou com o BHAZ a receita do pão de queijo tradicional:

Ingredientes:

  • 500g de Polvilho Doce
  • 500g de Polvilho Azedo
  • 260g de manteiga
  • 800ml de leite
  • 40g de sal
  • 800g de queijo Minas curado ralado
  • 12 ovos inteiros

Modo de preparo:

Ferver o leite com a manteiga. Em uma tigela misturar os Polvilhos com o sal.
Adicionar o leite fervido com a mistura de Polvilhos e sal, sovar e deixar esfriar.
Adicionar os ovos e o queijo e sovar até a massa ficar bem homogênea.

Formar as bolinhas e assar em formo preaquecido a 180°C por aproximadamente 30 minutos.

Pão de queijo é uma das comidas típicas de Minas Gerais (Divulgação/A Pão de Queijaria)

Receita de feijão tropeiro

Há 38 anos no Mineirão, Sônia Maria da Costa, conhecida como Tia Sônia, faz sucesso com seu tropeiro nos dias de jogo. A cozinheira conta que o segredo do prato está no modo de fazer que só ela e sua equipe – formada por familiares e amigos – sabem fazer.

Ingredientes:

“O que eu gasto no tropeiro é feijão, linguiça calabresa, um temperinho bem aconchegante, que é o tempero mineiro, feijão cozido, cebolinha e farinha, e com muito carinho”, conta tia Sônia.

A cozinheira acabou revelando um de seus truques para dar sabor à comida típica de Minas Gerais. “O segredo do tropeiro é a gordura de porco para fritar o bacon e a linguiça”.

Para tia Sônia, que faz tropeiro em grande quantidade, a dica é utilizar um pacote de farinha de mandioca para cada cinco quilos de feijão. “Nós compramos na faixa de 700 a 800 quilos de torresmo”, revela a cozinheira.

Modo de preparo:

A base da mistura começa pela linguiça e pelo bacon, que devem ser fritos em uma panela. “Nós escorremos a água do feijão, jogamos o feijão naquela mistura de bacon com linguiça, cebola e cebolinha. Aí a pessoa tempera do gosto dela e mexe”.

“O ovo é frito, aí você mexe ele e depois joga na mistura com o feijão”, acrescenta tia Sônia. Por fim, é só acrescentar a farinha de mandioca e mexer tudo, temperando com sal, se achar necessário.

“E tem ele [o ovo] frito em cima da marmita, tem a couve, tem o bife de lombo sobre o tropeiro”, diz Sônia, listando os acompanhamentos do prato. “Sem o ovo em cima não é tropeiro”, declara.

Tropeiro da Tia Sônia vendido no Mineirão (Arquivo Pessoal/Sônia Maria)

Receita de torresmo de rolo

Chamado de “Caipora” no restaurante Barbazul, em BH, o torresmo de rolo é uma receita simples, mas que requer um pouco de paciência. Marcinho, o dono do Barbazul, contou o passo a passo dessa comida típica de Minas Gerais.

Ingredientes:

  • Sal
  • Alho
  • Cachaça branca
  • Manta de toucinho de barriga (peça de 1kg serve 4 pessoas)

Modo de preparo:

Pegue uma manta de toucinho, tire os pêlos da pele e o excesso de carne, que deve estar intercalando com a gordura. Tempere com sal, alho, um pouquinho de vinagre ou limão e um pouquinho de cachaça.

“Enrole como se fosse um rocambole. É importante que deixe marinar no mínimo duas horas, pode ser fora da geladeira se for preparar no mesmo dia, e pode ser na geladeira se for fazer no dia seguinte”, explica Marcinho.

Depois de marinado, amarre a peça com um barbante e leve ao forno preaquecido de 200°C a 250°C, dependendo da potência. Nesse momento, o toucinho deverá cozinhar por mais ou menos duas horas, sem queimar. A carne sairá avermelhada.

Depois, leve o toucinho assado para a geladeira para esfriar, e depois faça cortes na horizontal. Por fim, retire o barbante e coloque para pururucar (fritar até ficar crocante) em óleo bem quente.

“Pode servir com cuscuz, farofa, geleia de pimenta, cebola caramelizada, ou com um arrozinho com uma couve”, indica Marcinho.

Torresmo de rolo ensinado por Marcinho, dono e cozinheiro do restaurante Barbazul (Arquivo Pessoal/José Marcio)

Receita de frango com quiabo

Para contar a receita de frango com quiabo, ninguém melhor do que Marçal Luciano, o cozinheiro e dono do restaurante mineiro Quintal do Marçal, no Santa Tereza. Segundo ele os ingredientes devem ser utilizados a gosto, e o segredo do frango é o tempero bem feito.

“Não pode colocar demais para não salgar o prato, e nem de menos para não ficar aquele trem sonso. E dourar o frango bem douradinho para ficar bonito, ninguem merece frango branco parecendo comida de hospital”, brinca Marçal.

Ingredientes:

  • Um frango
  • Alho
  • Sal
  • Pimenta do reino
  • Páprica picante
  • Molho inglês
  • 1 cebola média
  • Corante
  • Quiabo
  • Cheiro verde à gosto

Modo de preparo:

Tempere o frango com alho, sal, pimenta do reino, páprica picante e molho inglês. Coloque em um saquinho plástico e deixe marinar de um dia para o outro. Refogue o frango até dourar e reserve.

Depois jogue fora o excesso de gordura deixado pelo refogamento do frango e utilize a mesma panela para torrar o corante e dar uma corzinha a mais para o tempero. “Coloca a cebola, refoga, coloca um litro e meio de água, deixa o caldo pegar uma consistência e volta com o frango para cozinhar ele”.

Em uma frigideira antiaderente, com os quiabos já lavados e picados no tamanho desejado, coloque-os com um pouco e óleo dê uma cofitada para secar a baba. “Depois você mistura o quiabo no frango, já na hora de servir para ele não amarelar”, explica Marçal.

O cozinheiro diz que “quanto menos você mexer no quiabo, menos baba ele dá”. Ele deve ficar no fogo junto com o frango por cerca de minutos e já está pronto para servir. Se quiser, pode finalizar com cheiro verde. “Aí acompanha arroz, feijão e angu. É simples uai”, declara Marçal.

Receita de frango com ora–pro–nóbis

A receita de frango com ora–pro–nóbis vem de um lugar onde a planta é a estrela: o Restaurante Jotapê, em Sabará. Iara Biasi, a dona e cozinheira do estabelecimento, revelou os segredos por trás dessa comida típica de Minas Gerais.

Ingredientes:

  • 1kg de frango
  • 500 gramas de ora–pro–nóbis picado
  • Tempero de sal e alho a gosto
  • Condimentos a gosto
  • 10 colheres de sopa de óleo
  • Sal a gosto

Modo de preparo:

Corte o frango em pedaços pequenos e tempere a gosto com o tempero de alho e sal, os condimentos e o sal puro. Deixe descansar um pouco para pegar o tempero. Depois, refogue o frango com 6 colheres do óleo até dourar e coloque água para cozinhar por 20 minutos.

Em outra panela, aqueça 4 colheres do óleo para dourar um pouco do tempero de alho e sal. Em seguida, refogue o ora–pro–nóbis picado, mexendo por cerca de 5 minutos. Se quiser ele mais cozido, acrescente um pouquinho de água. Pode servir a planta junto com o frango ou separado.

Iara dá a dica: o prato pode ser acompanhado de arroz, feijão e angu.

Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!