Os 4 irmãos que ‘dominam’ a boemia de Santa Tereza

irmãos bares Santa Tereza
A Esquina do Colombo e o Bar do Mozart ocupam a rua Mármore (Asafe Alcântara/BHAZ)

Há quem diga que morar perto de família sempre dá estresse. Mas já imaginou abrir um negócio bem na cola dos irmãos? É o caso de quatro homens proprietários de quatro bares diferentes na rua Mármore, no Santa Tereza, em BH. Mas, por aqui, é bem diferente, a proximidade nunca foi motivo de discussão. Muito pelo contrário. Os quatro ‘dominam’ faz tempo uma das ruas mais boêmias de Belo Horizonte.

Os irmãos Bicalho Mozart, 69, Colombo, 65, Lúcio, 63, e Nivaldo, de 60 anos, são os orgulhosos donos de estabelecimentos no bairro Santa Tereza, famoso por ser o mais boêmio da capital mineira – e, pra quem não sabe, ainda tem Milton, o primo deles na mesma rua. Questionado se existe alguma rivalidade entre os quatro, Lúcio tem a resposta na ponta da língua: “claro que não. A gente não briga, não, a gente é só união”.

Em conversa com o BHAZ, Colombo Salvador Bicalho, que chefia o bar Esquina do Colombo conta sobre a trajetória dos irmãos apaixonados por bares. “Nós viemos todos juntos em 1981 e estamos aqui até hoje no Santa Tereza”.

A jornada em família teve início há quatro décadas, quando eles saíram juntos de João Monlevade para tentar alcançar uma vida melhor na capital. “A gente veio junto, compramos um bar juntos e desse bar, pegamos um tanto de bar. Disparou, né”, relembra Mozart Bicalho, bem-humorado. Ele é quem comanda o Bar do Mozart, logo no primeiro quarteirão da Marmore.

Já Nivaldo Bicalho, o caçula do quarteto, revela que começou a carreira trabalhando para os irmãos. “Eu vim como funcionário do Colombo e do Mozart com 17 anos. Eu tinha até carteira assinada. Nós estamos sempre ajudando um ao outro”. Nivaldo é proprietário do Mercadinho Bicalho, hoje o bar mais famoso dos quatro e que ostenta o luxo de estar cravado na esquina da praça Duque de Caxias, mais conhecida pelo nome do bairro.

Entre bananas, queijos, utensílios para casa e muito mais, produtos típicos de uma mercearia, é de lá que saem as mais de 400 almôndegas a cada semana acompanhadas de uma farinha de fubá e queijo Minas derretido. O prato é o carro-chefe do estabelecimento, que, com a pandemia de Covid-19, passou a ter mesas também na praça, um charme extra.

A Esquina do Colombo fica do outro lado da rua do Bolão, uns metros antes da praça e a alguns metros do irmão mais novo. O espaço também é uma mercearia e, em comum entre os três, um saboroso bolinho de carne exibido numa estufa ao lado de torresmo, linguiça e outros tira-gostos.

Lúcio, o último dos quatro irmãos, tem uma lanchonete que parece bar, onde são vendidos pastéis, caldo de cana e outros salgados tradicionais.

O quinto membro da família a ocupar um pedacinho da Rua Mármore é Milton, dono do 1000Ton, um trocadilho com o próprio nome. O bar fica numa galeria no fim da rua, esquina com Quimberlita, outro reduto boêmio de Santa Tereza, e está sempre lotado. É parada de quem quer estender madrugada afora o rolê pelo bairro.

O Guia BHAZ foi conferir de perto como funcionam os bares dos irmãos. Confira:

Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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