Quem passou pela avenida Cristóvão Colombo nos últimos meses pode ter se deparado com a fachada rosa da creperia “La Putaria” sem o letreiro, mas com uma pequena faixa que indicava que a loja estava funcionando. Agora, quase um ano depois de uma restrição que impediu o uso do nome original da rede nas lojas, a unidade reinstalou o letreiro, desta vez com o nome “La Censura”.
A rede La Putaria, que vende crepes com formatos de órgãos sexuais masculinos e femininos, foi motivo de polêmica em Belo Horizonte e em todo o país no ano passado. Com a abertura de uma unidade no Rio de Janeiro, a empresa chamou a atenção do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que publicou uma medida restringindo a identificação das lojas.
Ao BHAZ, a fundadora da creperia, Juliana Lopes, explica que o novo letreiro foi instalado na loja da Savassi há menos de uma semana. A empresária agora planeja uma festa de reinauguração da “La Censura”, que na verdade nunca parou de funcionar.
Letreiro vetado
Em junho de 2022, o Ministério da Justiça proibiu a venda de alimentos em formato de genitais para menores de 18 anos, além de determinar a interdição dos letreiros com os nomes das lojas e da disposição de produtos “com conteúdos pornográficos” em locais e vitrines de fácil visualização na rua.
Ao justificar a decisão, a pasta citou a “necessidade da implementação de medidas voltadas à proteção dos consumidores, em especial daqueles hipervulneráveis, em prol da tutela dos princípios basilares do Código de Defesa do Consumidor, ligados à tutela do direito à vida, à saúde e à segurança, além da transparência inerente às relações de consumo e o respeito às normas que pressupõem o cumprimento da boa-fé objetiva”.
Desde então, os estabelecimentos ficaram sem identificação no exterior. “Como era um letreiro muito grande, não dava para tampar, então removemos. Isso prejudicou o funcionamento da loja, porque muitos consumidores não entendiam se ela continuava aberta”, explica Juliana Lopes.
Novo nome
A empresária, que fundou a rede “La Putaria” com o namorado, Robert Kramer, aguardou durante meses um retorno da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) para conseguir usar o nome “La Censura” nas lojas físicas. Na última semana, eles conseguiram a autorização.
Agora, o nome da rede no Brasil é “La Censura”, inclusive com uma nova conta no Instagram, enquanto as unidades de Lisboa e Roma continuam funcionando normalmente com o nome original.
“A empresa continua se intitulando ‘La Putaria’ nas redes sociais, nas embalagens, mas trocamos as fachadas, onde o nome é visível para o público geral”, detalha Juliana.
Agora, com o novo letreiro, os fundadores planejam uma mudança no interior da loja na Savassi e uma festa para celebrar a novidade. A empresária ainda reforça que, desde o início, a confeitaria se propôs a vender produtos apenas para maiores de idade, além de não considerar que a empresa comercialize produtos eróticos.
