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Incêndio na Raja Gabaglia, em BH, destruiu dois carros da Escola de Samba Cidade Jardim; fogo foi controlado

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Chamas foram controladas na madrugada desta terça-feira (27)(Reprodução)

O Corpo de Bombeiros controlou o incêndio de grandes proporções que atingiu uma área de vegetação às margens da avenida Raja Gabaglia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, na tarde dessa segunda feira (26). Os militares combateram as chamas no início da madrugada desta terça-feira (28), com o uso de 10 mil litros de água.

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O fogo ficou concentrado na parte de trás do galpão da Escola de Samba Cidade Jardim. De acordo com a corporação, o incêndio ameaçava residências, rede elétrica e afetou a região com grandes focos de fumaça. Além disso, as chamas destruíram dois veículos da escola de samba.

Queimadas provocam ‘cortina de fumaça’ em BH

A capital mineira não tem acordado com o horizonte tão belo nos últimos dias. A cidade está envolta em uma névoa seca, e moradores de diversas regiões de BH têm relatado um cheiro forte de fumaça no ar. Esse fenômeno resulta de uma combinação de fatores climáticos típicos desta época do ano, que incluem a baixa umidade, a amplitude térmica e os ventos que trazem poluentes de queimadas para a cidade.

Ao BHAZ, a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Andrea Ramos, explicou o motivo dessa “cortina de fumaça”. “A corrente de ventos tem transportado poluentes provenientes de focos de queimadas, que se intensificam durante o período de seca. Esses poluentes estão sendo retidos próximo à superfície, formando uma neblina que turva o céu e reduz a visibilidade na cidade”, afirma.

De acordo com a especialista, a massa de ar seco que atinge a cidade, característica do inverno, agrava ainda mais a situação. “A massa de ar seco e quente, que é característica desse período, junto com a grande amplitude térmica e os 128 dias sem chuva em BH, contribuem para que esse cenário se mantenha”, complementa Andrea.

‘Cortina de fumaça’ deve perder força a partir de hoje

Felizmente, essa névoa de fumaça deve se desfazer a partir de hoje (27), conforme informações do Inmet. A meteorologista Anete Fernandes, explica que a possível melhora na qualidade do ar, após os dias de clima seco e cortina de fumaça, tem relação com a mudança na direção dos ventos que “passam a soprar de leste, ou seja, do sentido do oceano, para o interior do continente”.

O cenário deve reduzir a influência das queimadas registradas no centro-oeste brasileiro, que influenciaram as condições do tempo em Minas Gerais no fim de semana. “Os ventos sopravam de noroeste, portanto, houve intenso transporte da pluma de fumaça para o estado, afetando várias regiões mineiras, inclusive a região metropolitana de Belo Horizonte. Esta foi a razão do céu cinza no decorrer do fim de semana e ainda persiste nesta segunda-feira”, explica a meteorologista.

“Contudo, o Triângulo Mineiro e o Oeste do estado, ainda terão influência do transporte da fumaça decorrente das queimadas no Centro-Oeste Brasileiro. Vale ressaltar que em Minas Gerais também há focos, logo, nas imediações das queimas no estado, mesmo com vento de leste haverá transporte, porém com menor intensidade que nos últimos dias”, completa.

Maior período de estiagem

Os 130 dias sem chuvas em BH são o maior intervalo de seca na capital mineira nos últimos 61 anos. Neste ano, não há registro de chuvas significativas (com volume superior a 1 milímetro) desde 18 de abril. De lá para cá, em duas ocasiões a capital mineira teve registro de chuvisco em alguns bairros na primeira semana de agosto, mas, para a climatologia não é nem considerado chuva.

Esse período de estiagem prolongado propicia a ocorrência de incêndios. Minas Gerais registrou em 2024 o maior número de incêndios florestais dos últimos cinco anos. Segundo balanço apresentado pelo Corpo de Bombeiros na sexta-feira (23), já são mais de 14 mil ocorrências registradas em todo o estado entre janeiro e agosto deste ano. O dado ultrapassa o último teto de chamados para o mesmo período: 12 mil incêndios em 2021.

Maiores períodos consecutivos sem chuva em BH

1963 – 198 dias
2024 – 123 dias
1991 – 117 dias
1988 – 116 dias
2011 – 115 dias
2019 – 113 dias
2003 – 111 dias
2010 – 110 dias
2017 – 107 dias

Amanda Serrano

Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e da TV Band Minas. Também trabalhou na assessoria política. Atualmente é repórter do Portal BHAZ.
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