Mulher de Lázaro diz que policiais a torturaram na tentativa de localizá-lo

Entrevista Mulher de Lázaro Barbosa de Sousa Domingo Espetacular TV Record
Esposa deu entrevista exclusiva para programa (Reprodução/TV Record)

A esposa de Lázaro Barbosa denunciou em entrevista ao “Domingo Espetacular”, da TV Record, que foi agredida por policiais que queriam saber o paradeiro do marido. O homem é suspeito de vários crimes, entre eles a execução de quatro pessoas de uma mesma família, em Ceilândia, no Distrito Federal. A busca mobiliza mais de 200 policiais de Brasília e Goiás e já está no 13º dia de operação.

A mulher contou que ela recebeu vários tapas no rosto e quase foi agredida com um cabo de rodo. “O policial deu três, quatro tapas no meu rosto. Ele quebrou o rodo da minha tia e ia me bater com o cabo. Eu pensei comigo: Senhor, eu não acho justo eu apanhar com esse cabo. O Senhor sabe que eu não sei onde ele está”, disse.

Ela alega que não sabe onde o marido se encontra e também afirmou que um policial ameaçou afogá-la se ela não desse informações sobre a localização de Lázaro. “Isso é um abuso, eles não podem bater na gente assim”, apontou. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás foi procurada pelo programa e afirmou que a polícia age de acordo com protocolos. O órgão ainda disse que as denúncias serão apuradas.

Além da tortura policial, a esposa do fugitivo também relatou ameaças de civis que acreditam que ela tenha informações sobre o marido: “Muitos estão falando que eu era cúmplice, que eu sabia de tudo, que eu tinha que morrer”.

“Hoje mesmo uma mulher me falou para eu não ficar andando na rua, porque tem muita gente comentando: por que não mata a mulher dele? Corta o pescoço dela para ver se atinge ele, se ele se entrega”, relatou.

Retrospectiva

A esposa de Lázaro não foi a única a denunciar abusos de autoridade por parte da polícia durante as buscas do fugitivo. Líderes religiosos de matriz africana em Águas Lindas de Goiás e outros distritos no estado de Goiás denunciaram ações violentas de policiais durante as buscas pelo homem de 32 anos suspeito de homicídio e latrocínio.

Os trabalhos das equipes começaram há duas semanas e ganharam reforço desde o dia 12 de junho. No final de semana, uma das cadelas que auxiliou na busca por vítimas do crime da Vale, em Brumadinho, começaram a atuar na operação para localizar Lázaro Barbosa. Além da border collie chamada Cristal, outros três cães farejadores também apoiam as autoridades policiais na caçada ao suspeito.

Lázaro já foi condenado por homicídio na Bahia, tem um mandado de prisão por conta de outra condenação, desta vez por estupro e roubo com arma de fogo. Há também a suspeita de ter ferido um idoso com golpe de machado na cabeça, em Goiás.

Nas redes sociais várias pessoas comentam a busca por Lázaro e o chamam de “serial killer de Brasília”. O apelido é pelo fato dele ser suspeito de executar quatro pessoas da mesma família, em uma região conhecida como Incra 9, em Ceilândia, no Distrito Federal. Os corpos foram encontrados em uma chácara, no dia 9 deste mês. Uma das vítimas chegou a ter a orelha arrancada e foi executada com um disparo na nuca.

‘Rituais espiritualistas’

Em uma casa utilizada por Lázaro, a Polícia Militar encontrou um “altar” onde eram realizados “rituais espiritualistas”. O fato ajuda a comprovar a hipótese de que o procurado é membro de uma seita.

Ele alega ser possuído por um espírito ou demônio. A força-tarefa descobriu que ele anda com um “livro místico” para ter a garantia de “proteção espiritual”. A polícia informou que vai questionar Lázaro se há relação dos crimes praticados com os rituais.

Golpe de machado

Em abril de 2020, Lázaro invadiu uma chácara onde estavam quatro idosos. Durante o roubo, além de agredi-los fisicamente, levou alguns bens, como celulares, que foram depois recuperados pela polícia de Goiás. Durante o roubo, ele deu um golpe de machado contra uma das vítimas, atingindo-a na cabeça. A vítima até hoje possui sequelas das agressões.

‘Monstro da pior espécie’

O pai de Lázaro Barbosa classificou o filho como “um monstro da pior espécie”. Edenaldo Magalhães, 57, concedeu entrevista a respeito da caçada a Lázaro ao jornal Correio Braziliense. Ele disse ter reencontrado o filho há cerca de seis anos e que teme uma aproximação dele. Além de chamar o filho de monstro, Edenaldo diz sentir vergonha do filho.

A Polícia Civil do Distrito Federal divulgou, na última semana, imagens de possíveis disfarces que Lázaro Barbosa pode estar usando (veja aqui). 

Momentos de terror

Antes de matar quatro pessoas da mesma família, Lázaro teria realizado um assalto no entorno do Distrito Federal, em Ceilândia, ainda em maio. Na ocasião, ele obrigou as vítimas a ficarem nuas e a orarem sob a mira de uma arma. Segundo o Extra, depoimentos relatam que o homem impôs “terror psicológico” às vítimas durante o crime.

Uma das pessoas contou que Lázaro permaneceu na residência ao longo de cinco horas e que chegou ao local sozinho. Armado com uma faca e um revólver, despiu as vítimas e passou a filmá-las. Ele usava luvas de proteção durante todo o tempo. Segundo os envolvidos, Lázaro os obrigou a ficar de joelhos e a orar o Pai Nosso, sob a mira da arma.

Outro integrante da família ainda relatou que Lázaro o obrigou a cozinhar e a beber todo o vinho que estava na geladeira. A vítima disse ainda que o homem aparentava tranquilidade e que “conversava muito bem”. Segundo o relato, o homem afirmava que salvaria as pessoas ao filmá-las e fotografá-las sem roupa.

Além disso, no assalto, Lázaro teria questionado sobre a presença de armas na casa. Ele ainda teria dito que tinha ordem para “levar a cabeça de alguém”, mas que estava na residência errada. Ainda segundo os relatos, ele pediu desculpas pela situação, mas ameaçou publicar os vídeos e fotos na internet caso a família procurasse a polícia.

Denuncie

A força-tarefa conta com a ajuda da população para localizar Lázaro Barbosa de Sousa. Uma nova foto do suspeito foi divulgada onde ele está com cabelos mais curtos e mais gordo. A imagem compartilhada anteriormente era de 2018.

Quem tiver alguma notícia sobre o paradeiro de Lázaro pode entrar em contato com Polícia Civil de Goiás pelo Disque-denúncia 197 ou ligando para a Delegacia de Santo Antônio do Descoberto nos números: (61) 3626-0289 e (61) 3626-0421. O sigilo é garantido pelas autoridades.

Edição: Vitor Fernandes

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