O número de crimes sexuais durante o Carnaval de Belo Horizonte apresentou aumento em comparação ao último ano. As informações foram divulgadas pela Polícia Militar nesta quarta-feira (4). Neste ano, integrantes da PM foram acusados de agressividade contra foliões, porém negaram excessos. Por outro lado, o Carnaval apresentou redução de 26% nos crimes violentos.
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O major Flávio Santiago, porta-voz da corporação, alega que o aumento dos crimes sexuais foi causado por uma maior conscientização das mulheres, que ele acredita que conhecem mais o crime de importunação sexual, tipificado em 2019. “Era uma mudança legislacional nova, muito recente. Esse ano, isso já foi mais sedimentado”, justificou.
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A lei de importunação sexual foi sancionada em setembro de 2018 e pune a conduta com prisão de 1 a 5 anos. Foram 21 ocorrências de crime sexual registradas neste ano, isso inclui estupro e estupro de vulnerável, além da importunação sexual. Os dados indicam um aumento de 50% nos crimes desse tipo, já que 19 teve 14 casos registrados.
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Apesar do aumento, a PM garante que esse foi o Carnaval mais seguro de todos os tempos. O tenente-coronel Rodrigo de Faria ressalta que todo o efetivo de policiais atuou durante a festa. “Foram cortadas folgas e férias. Só em Belo Horizonte, foram mais de 9 mil policiais”, destacou.
O resultado da atuação foi divulgado pela corporação em comparação com os dados no ano passado. Confira as mudanças:
- Crimes violentos: redução de 26%
- Roubos: redução de 23%
- Furtos: redução de 10%
- Roubos de celular: redução de 22%
- Furtos de celular: aumento de 3%
- Crimes sexuais: aumento de 50%
- Número de presos: 1226, incluindo 41 foragidos da justiça
- Armas de fogo apreendidas: 76 armas de fogo
- Armas brancas apreendidas: 72 armas brancas
- Apreensão de drogas: 271 operações
Violência policial
Durante o Carnaval, alguns foliões denunciaram violência por parte dos policiais. Como por exemplo, o engenheiro que relata ter sido espancado por militares (leia aqui), a estudante que foi enforcada e chegou a ter a roupa arrancada por policiais (entenda aqui) e o advogado que afirma ter sido agredido com cassetetes (veja aqui).
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Sobre as acusações de excessos policiais, o tenente-coronel Rodrigo de Faria afirmou que todas as ações e operações foram dentro da legalidade. “Eventualmente tiveram reclamações, as quais estão sendo apuradas”, afirmou.
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O militar defendeu que houve uma boa interação entre a polícia militar e toda a comunidade. Segundo o tenente-coronel, foi possível perceber isso nos “pedidos de fotos com os policiais e nos agradecimentos nas redes sociais”.
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No entanto, o governador do estado, Romeu Zema, garantiu que irá abrir investigações e apurar abusos por parte dos policiais. “Repudio veementemente todo e qualquer abuso de autoridade, ato de violência física ou moral contra o cidadão”, publicou pelo Twitter.
Celulares furtados
Além do aumento no número de crimes sexuais, a quantidade de celulares furtados durante a folia também apresentou aumento. Em comparação com o Carnaval de 2019, foram registrados mais 38 casos neste ano. Segundo Faria, a redução desse número depende da autoproteção dos foliões.
A PM afirma que 221 aparelhos foram recuperados pela corporação. Somente uma das quadrilhas especializadas no crime tinha 50 aparelhos em posse, que foram reavidos pelos policiais (leia aqui).