Greve no metrô: Trens vão circular em escala mínima por tempo indeterminado em BH, diz sindicato

greve metro bh
Cerca de 95% da categoria aderiu à paralisação desta segunda-feira (Amanda Dias/BHAZ)

A greve dos metroviários segue por tempo indeterminado em Belo Horizonte. Ao BHAZ, a categoria informou que ainda não houve diálogo por parte do governo federal para que os direitos dos trabalhadores sejam preservados diante de uma possível privatização da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos). Com isso, nesta terça-feira (22), os usuários do serviço deverão se adequar a oferta de viagens em escala mínima, de 10h às 17h.

“Essa greve é a continuação daquela greve de dezembro, em que ficou acertado abrir canais de comunicação. O único que pode acabar com a greve é o governo federal”, explica Pablo Henrique, representante do Sindimetro-MG (Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais).

Nesta segunda-feira (21), a paralisação teve a aderência de 95% da categoria. Segundo a CBTU, as 19 estações existentes em Belo Horizonte e Contagem permaneceram fechadas entre 5h30 e 10h, quando o sistema voltou a operar. A companhia estimou que cerca de 37 mil pessoas que costumam usar o metrô neste horário deixaram de ser transportadas.

CBTU aciona a justiça

Esta segunda-feira (21) marcou o início da nova paralisação dos metroviários. Com a greve, os trens só vão circular na capital entre 10h e 17h, em todos os dias da semana. Os metroviários decidiram cruzar os braços mesmo com uma decisão judicial que previa uma escala mais ampla de atendimento (veja aqui).

Na quinta-feira (17), a CBTU Belo Horizonte conseguiu uma liminar que exige que os metroviários de Belo Horizonte cumpram uma escala mínima das 5h30 às 10h e das 16h30 às 20h e também nos horários de pico. Por outro lado, os metroviários mantiveram a escala que haviam determinado, quando decidiram pela paralisação, em assembleia na última quarta-feira (16).

Reivindicações

A manifestação dos metroviários é motivada pela forma como vem sendo conduzido o processo de privatização do metrô. Os funcionários alegam que o governo federal não tem aberto o diálogo para que a classe participe. “A gente quer ser ouvido, é uma negociação. Não é só um lado falar e o outro vai cumprir”, afirma Robson Zeferino Gonçalves, diretor jurídico do Sindimetro-MG (veja aqui).

Segundo ele, não há garantia de que os funcionários terão os direitos respeitados com a privatização. “A CBTU está querendo nos transferir par uma empresa que vai ser extinta. Neste caso, quem vai pagar pelos nossos direitos?”, questiona.

O BHAZ procurou a CBTU a respeito da greve e aguarda retorno.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!