Eduardo Bolsonaro defende juíza que impediu aborto de criança estuprada

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Eduardo Bolsonaro concordou com decisão da juíza Joana Ribeiro (Marcelo Camargo/Agência Brasil + Divulgação/Tribunal de Justiça de Santa Catarina)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que a juíza Joana Ribeiro Zimmer, que não autorizou o aborto de uma criança de 11 anos vítima de estupro, “está certa” no caso. O político ainda falou que é “mais civilizado” dar o bebê para adoção em vez de “condená-lo a pena de morte sem ter culpa de nada”.

O filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo ontem (22) da influenciadora de direita Eduarda Campopiano no Instagram. No conteúdo compartilhado, ela afirma que o bebê pode sobreviver fora do útero no atual momento da gestação, com 29 semanas.

“A militância diz que a intenção do aborto é diminuir o trauma, mas como que dar à luz a um bebê morto diminuiria o trauma dessa menina? Eu dou os parabéns pra juíza que teve de se empenhar em tentar salvar a vida dessas duas crianças. Se tem alguém que tem que ser punido nesse caso é o agressor e não as duas vítimas”, disse a influenciadora no vídeo.

Na legenda do vídeo compartilhado, o político afirma que a juíza de Santa Catarina “está certa”. “E vale lembrar quem 1º impediu o aborto foi a equipe médica, RESPEITEM A CIÊNCIA. Além disso, o bebê poderia ser entregue para adoção, algo muito mais civilizado do que condená-lo a pena de morte sem ter culpa de nada”.

O caso

Uma menina de 11 anos, grávida após ser vítima de estupro de vulnerável, está sendo mantida há mais de um mês em um abrigo de Santa Catarina por determinação judicial. A reportagem divulgada ontem denuncia a conduta da juíza Joana Ribeiro Zimmer, que teria pressionado a menina a não realizar o aborto.

Em despacho de 1º de junho, a magistrada, titular da Comarca de Tijucas, argumenta que a ida da vítima ao abrigo se deve ao “risco que a mãe efetue algum procedimento para operar a morte do bebê”. Imagens obtidas pelo site, de uma audiência realizada no dia 9 de maio, mostram uma conversa entre a juíza e a criança.

“Suportaria ficar [grávida] mais um pouquinho?”, questiona a magistrada. Na sequência, ela chega a questionar se a vítima “quer escolher o nome do bebê” e se o abusador “concordaria pra entrega [do bebê] para adoção”.

Durante a audiência, a promotora Mirela Dutra Alberton, do Ministério Público Catarinense, também defende a continuidade da gestação. “Em vez de deixar ele morrer – porque já é um bebê, já é uma criança –, em vez de a gente tirar da tua barriga e ver ele morrendo e agonizando, é isso que acontece, porque o Brasil não concorda com a eutanásia, o Brasil não tem, não vai dar medicamento para ele”, diz ela.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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