Funcionária relata terror ao atender Lázaro Barbosa em padaria: ‘Apavorada’

Atendente padaria
Atendente relata momentos de terror (Reprodução/Danielle Oliveira/G1 GO)

Uma moradora de Cocalzinho de Goiás, município de Goiás com pouco mais de 20 mil habitantes, contou neste sábado (26) à TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo no estado, que atendeu Lázaro Barbosa – foragido há 18 dias – na padaria em que trabalha. A mulher de 32 anos, que preferiu não se identificar, disse que não tem dúvidas de que viu o criminoso, conta que tentou chamar a polícia, e relata momentos de pavor.

“Foi muito rápido e ele estava nervoso. Ele está bem diferente, está mais magro, está mais moreno, o cabelo está um pouco grande e ‘lambido’ para trás”, descreve a mulher. Ela ainda contou o que ele estava vestindo: “Blusa de frio, azul escuro ou verde escuro. Calça jeans cinza e sapato social, só que cheio de poeira e o cabelo como se tivesse acabado de tomar um banho”, recorda.

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) disse à TV Anhanguera, contudo, que não acredita que o fugitivo tenha ido ao município. A polícia trabalha com a teoria que Lázaro esteja na mata no cerco montado pelos oficias. A SSP ainda informou que todas as denúncias são checada e que o órgão de segurança não descarta a possibilidade.

Momentos de terror

“Ele chegou e falou muito baixo: ‘Quanto é o salgadinho?’. Aí eu falei: ‘Só um minutinho’. Eu olhei para trás [para a patroa] e falei: ‘Nega, quanto que é o salgadinho?’. Quando ela olhou, já afastou e percebeu que era ele [Lázaro]”, contou.

Segundo a funcionária, ela tentou ganhar tempo para a dona da padaria chamar as autoridades, mas Lázaro percebeu que foi reconhecido e saiu rapidamente. “Ela [dona da padaria] falou: ‘É um real’. Aí eu falei: ‘Não, mas esse não é um real não, é?’. Estava tentando segurar ele para ela chamar a polícia”, recordou. “Quando ela pegou o celular no balcão, ele já tinha ido embora. Quando eu vi, ele estava do outro lado da rua com mochila nas costas e celular na mão”, completou.

A dona da padaria, Rosimeire Lopes Ferreira Costa, corroborou a versão da colaboradora. Rosimeire contou que viu a funcionária apavorada depois de começar a atender um cliente. “Eu percebi o nervosismo dela, pálida. Quando eu saí, ele viu o desespero dela, jogou [os saquinhos de salgadinhos] e saiu”, disse.

A empresário ainda contou que a funcionária ficou tão apavorada que pensou que ela precisasse ir direto ao pronto-socorro. “Minha amiga, achei que tinha que levar ela ao hospital. Ela estava passando muito mal”, relatou.

Retrospectiva

Os trabalhos das equipes de busca começaram há 18 dias e ganharam reforço desde o dia 12 de junho. Na semana passada, uma das cadelas que auxiliou na busca por vítimas do crime da Vale, em Brumadinho, começaram a atuar na operação para localizar Lázaro Barbosa. Além da border collie chamada Cristal, outros três cães farejadores também apoiam as autoridades policiais na caçada ao suspeito.

Empresários e moradores de Goiás estão contribuindo de forma solidária com o trabalho de policiais e jornalistas durante a procura do foragido Lázaro Barbosa. Nesta semana, os moradores entregaram cachorro-quente de graça para as equipes que passam dia e noite no trabalho.

A esposa de Lázaro Barbosa, no entanto, denunciou em entrevista ao “Domingo Espetacular”, da TV Record, que foi agredida por policiais que queriam saber o paradeiro do marido. A mulher contou que ela recebeu vários tapas no rosto e quase foi agredida com um cabo de rodo. “O policial deu três, quatro tapas no meu rosto. Ele quebrou o rodo da minha tia e ia me bater com o cabo. Eu pensei comigo: Senhor, eu não acho justo eu apanhar com esse cabo. O Senhor sabe que eu não sei onde ele está”, disse.

‘Serial Killer de Brasília’

Lázaro já foi condenado por homicídio na Bahia, tem um mandado de prisão por conta de outra condenação, desta vez por estupro e roubo com arma de fogo. Há também a suspeita de ter ferido um idoso com golpe de machado na cabeça, em Goiás.

Nas redes sociais várias pessoas comentam a busca por Lázaro e o chamam de “serial killer de Brasília”. O apelido é pelo fato dele ser suspeito de executar quatro pessoas da mesma família, em uma região conhecida como Incra 9, em Ceilândia, no Distrito Federal. Os corpos foram encontrados em uma chácara, no dia 9 deste mês. Uma das vítimas chegou a ter a orelha arrancada e foi executada com um disparo na nuca.

‘Rituais espiritualistas’

Em uma casa utilizada por Lázaro, a Polícia Militar encontrou um “altar” onde eram realizados “rituais espiritualistas”. O fato ajuda a comprovar a hipótese de que o procurado é membro de uma seita.

Ele alega ser possuído por um espírito ou demônio. A força-tarefa descobriu que ele anda com um “livro místico” para ter a garantia de “proteção espiritual”. A polícia informou que vai questionar Lázaro se há relação dos crimes praticados com os rituais.

Golpe de machado

Em abril de 2020, Lázaro invadiu uma chácara onde estavam quatro idosos. Durante o roubo, além de agredi-los fisicamente, levou alguns bens, como celulares, que foram depois recuperados pela polícia de Goiás. Durante o roubo, ele deu um golpe de machado contra uma das vítimas, atingindo-a na cabeça. A vítima até hoje possui sequelas das agressões.

‘Monstro da pior espécie’

O pai de Lázaro Barbosa classificou o filho como “um monstro da pior espécie”. Edenaldo Magalhães, 57, concedeu entrevista a respeito da caçada a Lázaro ao jornal Correio Braziliense. Ele disse ter reencontrado o filho há cerca de seis anos e que teme uma aproximação dele. Além de chamar o filho de monstro, Edenaldo diz sentir vergonha do filho.

A Polícia Civil do Distrito Federal divulgou, na última semana, imagens de possíveis disfarces que Lázaro Barbosa pode estar usando (veja aqui). 

‘Terror psicológico’

Antes de matar quatro pessoas da mesma família, Lázaro teria realizado um assalto no entorno do Distrito Federal, em Ceilândia, ainda em maio. Na ocasião, ele obrigou as vítimas a ficarem nuas e a orarem sob a mira de uma arma. Segundo o Extra, depoimentos relatam que o homem impôs “terror psicológico” às vítimas durante o crime.

Uma das pessoas contou que Lázaro permaneceu na residência ao longo de cinco horas e que chegou ao local sozinho. Armado com uma faca e um revólver, despiu as vítimas e passou a filmá-las. Ele usava luvas de proteção durante todo o tempo. Segundo os envolvidos, Lázaro os obrigou a ficar de joelhos e a orar o Pai Nosso, sob a mira da arma.

Outro integrante da família ainda relatou que Lázaro o obrigou a cozinhar e a beber todo o vinho que estava na geladeira. A vítima disse ainda que o homem aparentava tranquilidade e que “conversava muito bem”. Segundo o relato, o homem afirmava que salvaria as pessoas ao filmá-las e fotografá-las sem roupa.

Além disso, no assalto, Lázaro teria questionado sobre a presença de armas na casa. Ele ainda teria dito que tinha ordem para “levar a cabeça de alguém”, mas que estava na residência errada. Ainda segundo os relatos, ele pediu desculpas pela situação, mas ameaçou publicar os vídeos e fotos na internet caso a família procurasse a polícia.

Denuncie

A força-tarefa conta com a ajuda da população para localizar Lázaro Barbosa de Sousa. Uma nova foto do suspeito foi divulgada onde ele está com cabelos mais curtos e mais gordo. A imagem compartilhada anteriormente era de 2018.

Quem tiver alguma notícia sobre o paradeiro de Lázaro pode entrar em contato com Polícia Civil de Goiás pelo Disque-denúncia 197 ou ligando para a Delegacia de Santo Antônio do Descoberto nos números: (61) 3626-0289 e (61) 3626-0421. O sigilo é garantido pelas autoridades.

Edição: Roberth Costa

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