A SES-MG (Secretaria de Estada de Saúde de Minas Gerais) elevou para quatro o número de mortes investigadas por intoxicação exógena por dietilenoglicol, substância encontrada em cervejas produzidas pela Backer.
O número subiu após a secretaria incluir o caso da moradora de Pompéu, Maria Augusta de Campos Cordeiro, que morreu com sintomas da intoxicação no último dia 28 de dezembro. A vítima ingeriu a cerveja Belorizontina durante uma visita ao bairro Buritis, na região Oeste da capital.
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Estão em investigação os casos de Maria Cordeiro; de um homem de 76 anos, que morreu em BH na última quarta-feira (15); e de um idoso de 89 anos, que faleceu na capital nesta quinta (16).
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A secretaria só confirma, até o momento, a substância como a causa da morte de Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, que estava internado em Juiz de Fora e faleceu no dia 7 de janeiro.
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Outros 18 casos suspeitos de intoxicação exógena por dietilenoglicol estão sob investigação. Desses, são 16 homens e duas mulheres. Quatro já foram confirmados e outros 14 apresentaram sintomas e aguardam resultados de exames.
Água contaminada
O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) identificou que a água utilizada no processo de fabricação das cervejas da Backer estava contaminada com as substâncias etilenoglicol e dietilenoglicol, ambas tóxicas e nocivas à saúde.
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Segundo a perícia realizada na fábrica, a água fria utilizada no resfriamento dos grãos da cerveja é reutilizada após o processo, o que é considerado comum nas cervejarias.
No entanto, a água fria da Backer estava infectada com etilenoglicol e dietilenoglicol, o que o órgão considera como uma “intoxicação sistêmica”. A causa da contaminação da água ainda não foi identificada. No entanto, o Mapa não descarta nenhuma possibilidade, podendo ser sabotagem, vazamento, erro de processo ou uso indevido das substâncias.
A informação foi divulgada pelo órgão nessa quarta (15), após análise de amostras colhidas na fábrica da cervejaria, no bairro Olhos D’Água, em BH.